Encontro Matrimonial: Uma memória a preservar
por Silvana Aparecida Ávila
Introdução
Esta pesquisa visa resgatar a memória do “Encontro Matrimonial Mundial no Brasil”, um Movimento que nasceu na Espanha, e que como outros foi idealizado a partir do Concílio Vaticano II.
Neste sentido, procurou-se observar a interferência do Encontro Matrimonial Mundial na vida familiar dos brasileiros, já que esse Movimento veio a preencher anseios e necessidades da família no mundo conturbado de hoje.
Para a realização deste trabalho, as pesquisas foram realizadas em fontes documentais primárias. Num primeiro momento, foram consultados todos os documentos arquivados na sede do Movimento, localizado na Cúria de Ponta Grossa, bem como os materiais (documentos, cartas) que foram enviados pelos integrantes do Encontro Matrimonial Mundial. Desta forma levantou-se os acontecimentos que deu início ao Encontro Matrimonial Mundial em todas as Dioceses do Brasil.
No primeiro capítulo, procurou-se levantar algumas questões pertinentes à preservação do patrimônio cultural, bem como, ressaltar a importância da preservação da memória local. Em seguida, abordou-se a origem do movimento em cada Diocese no Brasil.
No segundo capítulo levaram em consideração alguns esclarecimentos sobre a estrutura do Encontro Matrimonial em nível mundial para que as pessoas que não estão inseridas no movimento possam de forma mais simplificada entender o andamento do encontro e a leitura deste trabalho.
O terceiro capítulo consiste na análise das atas da Diocese de Ponta Grossa, documentos que contêm informações oficiais sobre a história do Encontro Matrimonial, possibilitando observar a implantação do Movimento no Brasil.
No quarto capítulo estão as entrevistas realizadas com alguns casais participantes do movimento que deram início as trajetórias do Encontro Matrimonial no Brasil. A análise deste material permite compreender os focos diferenciados, de como os casais procuraram vivenciar no seu dia-a-dia o que vivenciaram no fim de semana do Encontro Matrimonial.
O interesse pelo aprofundamento dos estudos sobre o Encontro Matrimonial é, antes de tudo, a oportunidade de deixar para a História a experiência de casais que procuram fazer do seu relacionamento e do relacionamento com os filhos algo produtivo, baseados nos sentimentos e no conhecimento mútuo. Um dos objetivos, que não pode deixar de ser citado, e que têm um papel importante no resgate da história do Encontro Matrimonial no Brasil, é o fato de que o Encontro iniciou-se na Espanha, e mais tarde veio para o Brasil, sendo que a Diocese de Ponta Grossa e Belo Horizonte tiveram um importante papel, pois contribuíram decisivamente para que o Encontro Matrimonial se expandisse por vários lugares do nosso país. Por esses motivos, a preocupação com a preservação de sua memória.
Capítulo I
A Implantação do Encontro Matrimonial no Brasil e a preservação do patrimônio local
A preocupação com a preservação do patrimônio cultural, no Brasil, vem crescendo consideravelmente, entre as instituições neste final de século, embora com resquícios de um conceito que norteou a política brasileira de preservação do patrimônio desde os anos 30, até fins dos anos 70, o qual restringiu a preservação “somente aos chamados monumentos arquitetônicos e obras de artes eruditas associadas ao passado brasileiro” (GONÇALVES, 1998/p.71)
Ciente do inegável valor arquitetônico dos prédios e monumentos antigos, o historiador Ricardo Oriá aborda a forma como o conceito de “patrimônio-histórico e artístico” foi colocado em prática pela ação preservacionista dos estados e municípios brasileiros durante a época do Estado Novo:
Priorizou-se, assim o patrimônio edificado e arquitetônico-a chamada pedra e cal em detrimento de outros bens culturais significativos, mas que, por não serem representativos de uma determinada época ou ligados a algum fato histórico notável ou pertencentes a um estilo arquitetônico relevante, deixaram de ser preservados e foram relegados ao esquecimento e até destruídos por não terem, no contexto desta concepção, valor que justificasse a sua preservação”. (ORIÁ, 1997/p. 131)
O conceito de “patrimônio cultural”, adotado atualmente, está constituído de bens culturais, o que lhe atribui um sentido bem mais amplo que do conceito de “patrimônio histórico e artístico” citado anteriormente. Segundo a definição de Maria do Carmo Godoy, por “bem cultural” entende-se:
“Toda produção humana, de ordem emocional, intelectual e material, independente de sua origem, época ou aspecto formal, bem como a natureza, que propiciem o conhecimento e a consciência do homem sobre si mesmo e sobre o mundo que o rodeia”. (1985/p. 72)
Conforme uma afirmação da historiadora Deá Fenelon, pode-se perceber: que os bens culturais de uma determinada sociedade:
“Não são apenas aqueles tradicionalmente considerados dignos de preservação, produzidos e definidos pelos vencedores de cada época. Ao contrário são frutos de todos os saberes, todas as memórias de experiências humanas. Não apenas monumentos, bem isolados e descontextualizados, mas testemunhos materiais portadores de significação, passíveis de muitas leituras” (1993/p. 34)
A análise desta afirmação respalda a importância de se resgatar a memória do Encontro Matrimonial no Brasil, como um movimento que possui um significado especial, por fazer parte das experiências de vida de um determinado grupo de pessoas.
O Encontro Matrimonial iniciou sua atuação no Brasil, em Ponta Grossa, no ano de 1976. Durante esse período, os casais e sacerdotes que estiveram à frente do movimento sempre tiveram a preocupação de preservar até os simples documentos que contivessem informações relevantes sobre a história do Encontro.
Neste sentido, argumentações do historiador Ricardo Oriá (1997/p.138), possibilitaram compreender melhor os critérios utilizados para dizer se um bem cultural é passível ou não de preservação. Segundo ele, “atualmente se preserva um bem cultural não só pelo seu valor estético, arquitetônico ou histórico. Ele é preservado se tem significado para a comunidade em que está inserido”.
Esta afirmação vem reforçar a identificação que deve existir entre o bem cultural, objeto a ser preservado, e a comunidade em que está inserido.
Para Manique e Proença (1994), a história nacional transmitida como representante da memória coletiva de todo o povo, não leva em conta a realidade de culturas e raças tão diferentes que coexistem nas sociedades do tempo presente. Por isso a preocupação, por parte da autora, em propor pesquisa que tenham como objetivos de estudo a história local. Assim, ao escrever a trajetória do Encontro Matrimonial no Brasil, estamos valorizando um bem cultural importante para a comunidade e contribuindo para a construção das memórias locais. (1994, s.n.)
O estudo da documentação constante nos arquivos do Encontro Matrimonial proporcionou conhecer várias questões que envolvem a história do Encontro, nesses 25 anos.
A análise das atas e outros documentos permitiu aprender como foi o desenrolar do movimento no país, “seus primeiros passos” , como se tornou forte no contexto nacional e quais participantes estiveram à frente do mesmo, trabalhando para o seu crescimento.
A trajetória inicial do movimento Encontro Matrimonial (Marriage Encounter) tem sua origem na Espanha, mais precisamente em Barcelona, na década de 60. O sacerdote Pe. Gabriel Garcia Calvo, que trabalhava com jovens, percebeu que entre seus alunos alguns tinham uma maneira especial de ser, um amadurecimento maior frente à vida e procurou entender o por quê desse comportamento.
Ao conhecer seus pais, descobriu que entre eles existia uma comunicação profunda, tendo como base o amor, e como esta relação era importante para completa integração dos jovens. Partindo da consciência desta importância do relacionamento profundo e autêntico do casal, começou-se a criar um meio, um instrumento, que facilitasse esta comunicação a outros casais. A partir dessa experiência, o Pe. Calvo concluiu que para ajudar os “jovens-problemas” era preciso atuar junto a seus pais.
Fundou, assim, o “Encontro Matrimonial”, que consistia em um encontro de casais nos finais de semana, ancorado na técnica da escrita e do diálogo, com a finalidade de fortalecer o relacionamento dos mesmos. O Encontro de Casais foi objeto de estudo de um seminário realizado na Universidade Católica de Washington (EUA), que reuniu um grupo de casais e sacerdotes. Depois de viverem o Encontro com o Padre Calvo na Espanha, casais e sacerdotes americanos solicitaram-lhe as autorizações para implantá-lo na América, com modificações.
Surgiram, então, casais e sacerdotes especialistas em comunicação e psicologia que, entusiasmados com o Encontro, o difundiram nos Estados Unidos. Entre eles, estava a frente o Pe. Chuck Gallager, que organizou um esquema novo, que foi experimentado na Convenção do Movimento Familiar Cristão, em Washington, em 1967. Nova York promoveu o “1º Fim de Semana”, em 1968. Dos Estados Unidos, a experiência se estendeu a outros países com várias revisões e avaliações quanto ao conteúdo e à forma, havendo, sempre, um esforço para manter uma certa continuidade dos encontros e levá-lo a vários países em todo o mundo.
“Com este enriquecimento, eles experimentaram uma grande força que sabiam ter em suas mãos. Era impossível ficarem com toda esta riqueza só para eles, tinham a necessidade de compartilhá-la com um número cada vez maior de casais. E naturalmente começaram com casais e sacerdotes mais próximos em sua cidade e logo se estendeu por todo o estado e em pouco tempo o Encontro se difundiu por todo os Estados Unidos. E com a mesma força logo chegou em alguns países da Europa, da Ásia, da África e por herança, no próprio Estados Unidos, `a comunidade espanhola ali radicada, onde se traduziu para o espanhol, começaram os Fins de Semana no idioma de origem. Assim nossos irmãos espanhóis radicados nos EEUU, depois de viverem esta experiência por algum tempo, começaram o sonho de levar o FDS a seu país de origem e a toda a América Latina. Lutaram arduamente e pouco a pouco seus sonhos foram se tornando realidade”. (Documento encontrado na Cúria Diocesana de Ponta Grossa, sem identificação)
Foi seguindo essa reflexão que o Encontro de Casais (Marriage Encounter) chegou até o Brasil pelas mãos do Pe. John Patrick Kennington, mais conhecido como Pe. Jack, que na ocasião foi transferido para o Seminário Santíssimo Redentor, em Ponta Grossa, no início da década de 70 e, a partir de 77 foi transferido para a paróquia São José na mesma cidade.
O primeiro Encontro realizou-se em Itaici (São Paulo), em abril de 1974. Organizado pelo casal americano Richard e Heddy Long, residentes em Campinas (São Paulo) e tendo como dirigente, além do casal organizador, outro casal americano – John e Kathy La Morte – e o Padre Jack. As palestras foram proferidas em inglês, para 11 casais americanos. O segundo Encontro realizado no mesmo local, em Itaici, em junho do mesmo ano, já contou com a participação de três casais brasileiros que residiam em Curitiba (Pr), mas a maioria dos casais era estrangeira. O Encontro Matrimonial foi dirigido pelo Pe. Jack, e os casais Richard e Heddy, George e Mimi Davy. O “Fim de Semana” era todo realizado em inglês, o que tornava difícil à participação dos casais brasileiros.
Mesmo com a dificuldade do idioma, os casais de Curitiba animaram-se ao organizar o 1º Encontro de casais em Curitiba, em outubro de 1974. Foram dirigentes, Padre Jack, Richard e Heddy e John e Cristina Lyon, com a participação de oito casais sendo, um casal e três sacerdotes de Londrina (Pr) e mais quatro seminaristas. Mas as palestras ainda continuavam sendo proferidas em inglês, dificultando a comunicação.
Entre outubro de 1974 e novembro de 1975 o Pe. Jack esteve nos Estados Unidos participando de um curso em espanhol e estudou a possibilidade da aplicação do Encontro Matrimonial no Brasil nessa língua, a fim de torná-lo acessível a uns números maiores de casais e religiosos. Durante o curso nos Estados Unidos, em julho de 1975, o Pe. Jack conheceu um casal de Belo Horizonte (MG), Acácio e Welma Santos. Percebendo o interesse deles pelo Movimento, o padre convidou-os para liderar o Encontro Matrimonial no Brasil. De volta ao país, o Pe. Jack manteve contato com o casal mineiro, fazendo-lhes duas visitas para certificar-se das possibilidades dos mesmos como dirigentes. Disposto a colaborar e para melhor aprimorar-se, Acácio e Welma foram ao México para mais um Encontro de Casais.
Em novembro de 1975, finalmente montou-se um Encontro em Londrina com o primeiro casal dirigente brasileiro Acácio e Welma (BH). Contaram ainda com a colaboração de outros dirigentes, Angel e Conchita Aja (México) e Aléx e Beatriz Gil (Estados Unidos). As palestras foram em espanhol e, apesar de algumas dificuldades, os resultados foram satisfatórios. Acreditando que iam obter mais êxito com a nova adaptação do Curso, organizaram o segundo Encontro, em Londrina em maio de 1976. Foram dirigentes: Pe. Jack, George e Martha Dione (Pueblo, México) e Alex e Beatriz Quiroga (Cochabamba, Bolívia). Houve considerável esforço dos casais dirigentes para dar as palestras em português. Participaram do Encontro em Londrina vinte e dois casais, sendo cinco casais e um sacerdote de Ponta Grossa: Pe. Sílvio Mocelin, Leodegar e Marly Correia, Carlito e Dinorá Moro, José Olimpio e Yone Xavier, Edmundo e Marieta Giostri e Wilson e Nilce Sanchoz.
Tamanho foi o interesse desses casais pelo Movimento, que um mês depois era realizado o 1º Encontro em Ponta Grossa, no dia 24, 25 e 26 de junho de 1976, com a participação de vinte e dois casais e três sacerdotes. O Encontro foi dirigido por Pe. Jack, Manolo e Lucy Razuri (San Antonio, Texas), Luiz e Lourdes Muñoz (Stone Mountain, Geórgia) e Acácio e Welma Santos (Belo Horizonte, Minas Gerais). O Encontro obteve um grande êxito, tanto que a partir deste Fim de Semana realizado em Ponta Grossa, logo seguido por outro encontro em Belo Horizonte, o Encontro Matrimonial se expandiu para as outras regiões do Brasil, pois até aquele momento os Encontros realizados não conseguiam dar continuidade ao Movimento.
“Foi em curso gratificante com grande aproveitamento dos cursistas. Dessa data para cá a Família do Encontro Matrimonial (Marriage Encounter) tem aumentado consideravelmente, graças ao apoio do Bispo Diocesano, D. Geraldo M. Pellanda C.P.”. (id, ibid)
Observando o início da estruturação do Encontro Matrimonial no Brasil, analisados através de documentos encontrados na Cúria Diocesana de Ponta Grossa, nada mais importante, também, do que destacarmos a forma que o Encontro originou-se em cada Diocese de todo Brasil. Levando em conta que ao descrever a história de cada Diocese, poderemos repetir alguns dados, pelo fato de que cada Diocese está interligada uma a outra. Neste momento não será levantada a história do início da implantação do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa, levando em conta que o terceiro capítulo é baseado na ata das reuniões realizadas pelos membros dos pilares no início do movimento nesta cidade.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, mais precisamente no início da década de 70 o casal Acácio e Welma Santos, comprometidos em cursos para noivos, jovens e casais na Paróquia do Menino Jesus, Bairro de Santo Antônio, em Belo Horizonte, residindo nos Estados Unidos, onde fazia curso de aperfeiçoamento profissional, tomou conhecimento através de reportagem num jornal/revista, um novo curso para casais denominado “Marriage Encounter”.
Motivado pelas maravilhas relatadas, procurou maiores informações sendo então convidado a viver o Fim de Semana. Ainda neste período nos Estados Unidos, o casal Santos foi apresentado ao sacerdote Redentorista americano, Padre John Kennington, que residia em Curitiba-Paraná, que tentava implantar o Encontro no Brasil, já tendo inclusive realizado um Fim de Semana, aplicado por casais americanos, em São Paulo, na Casa de Retiros em Itaici.
Já em setembro de 1976, foi realizado um Fim de Semana em Belo Horizonte, dirigido por um casal americano e um brasileiro. A partir desse encontro os Fins de Semana seguiram-se multiplicando também naquela cidade, até os dias de hoje. A partir do 4º Fim de Semana de Belo Horizonte e do 8º de Ponta Grossa os Encontros foram dirigidos totalmente por equipes brasileiras.
“Ponta Grossa e Belo Horizonte trataram de juntas, expandir o Fim de Semana para outras cidades de nosso país e para isso seus casais, sacerdotes e equipes não mediram sacrifícios”. (id, ibid)
Foi o casal Santos que batizou o Encontro com o nome de Encontro Matrimonial, uma vez que já existiam outros encontros no Brasil com os nomes: Matrimonial, de casais, Conjugal.
O primeiro e o segundo FDS de Belo Horizonte tiveram como equipes: Padre Barrios, Acácio e Welma Santos, Zoli e Dalva França e José Maria e Zélia Silva.
Por esta ocasião a Família Mundial do Encontro colocou duas exigências para a unificação mundial do encontro, ou seja, a fidelidade ao bosquejo e a vivência do Profundo para as equipes. Realizou-se então em Ponta Grossa o Primeiro Profundo para equipes, com a participação de casais e sacerdotes de Ponta Grossa e Belo Horizonte. A partir deste momento, foi constituídas a primeira Equipe Eclesial Nacional, Padre Jack e Acácio e Welma Santos.
São Paulo
Na Diocese de São Paulo o Encontro Matrimonial encontrou raízes quando o casal Antônio e Elza Camargo participou de um FDS em Ponta Grossa. Em novembro de1978 foi realizado o FDS em São Paulo com casais de Ponta Grossa – Carmen e Ariel, de Belo Horizonte – Sebastião e Sdnéia e Pe. Jack. Em 1979 realizou-se o primeiro FDS Profundo com a equipe João Carlos e Célia (Belo Horizonte) e Pe. Sílvio (Ponta Grossa). A primeira equipe a escreverem as palestras foram, Dalton e Marlene, José e Irani e Pe. Artur.
Em 1980, São Paulo contava com três casais equipes e foi formada a primeira Coordenação Diocesana, sendo o primeiro casal coordenador José e Irani (não consta o nome do sacerdote). Em 1982, iniciam-se as reuniões do Pós-Encontro. E em 1986, o casal Paulo e Elisa fez o Cadre em Lima no Peru. Na coordenação de Caetano e Sônia (não consta o nome do sacerdote coordenador), foi realizada a primeira Mini Convenção contando com a participação de 120 casais, dois sacerdotes e o casal coordenador Nacional Diego e Cláudia. Em 1992 é realizada a expansão na Baixada Santista e em Mogi Guaçu.
Guarulhos
A Diocese de Guarulhos surgiu do desmembramento da Diocese de São Paulo. O sonho de criar a Diocese de Guarulhos foi lançada através de uma poesia feita pelo Pe. Alberto, em 1996, na 2ª Convenção Nacional do Encontro Matrimonial em Brasília. E com a reformulação do estatuto do Encontro Matrimonial em 1997, os casais de Guarulhos se motivaram a criar mais uma Diocese do Encontro Matrimonial.
Em maio de 1997, no FDS Renovado em Belo Horizonte, os casais Amilcar e Eneida, Jair e Sueli de São Paulo, foram mais uma vez desafiados pelo Frei Daniel de Curitiba a criarem a Diocese de Guarulhos. Depois deste FDS, houve algumas reuniões, na qual ficou decidido que a partir de maio de 1999 começariam a direcionar os encontros visando ao desmembramento da Diocese, sendo que fariam fins de semanas só com casais de São Paulo, e outro, com casais de Guarulhos. As decisões tomadas foram com o apoio da Equipe Eclesial Nacional Pe. Pedro e Paulo e Graça de Salvador – Bahia.
No dia 13 de maio de 1999 a equipe Eclesial de São Paulo Jair e Sueli e Pe. Marcos enviaram uma carta à Equipe Eclesial Nacional (citados acima), solicitando a criação da Regional de Guarulhos, bem com a dispensa da condição de expansão.
- Luiz Gonzaga Bregonzini, Exmo. Bispo Diocesano de Guarulhos acolheu com alegria o Encontro Matrimonial e pelo fato de o Movimento tornar-se diocesano, proferiu palavras de incentivo, colocou o salão da Cúria Diocesana à disposição do Movimento e agendou o mês de outubro para participar do fim de semana do Encontro Matrimonial.
Nos dias 5, 6 e 7 de setembro de 1999, após a missa solene de abertura da Assembléia Nacional na cidade de Jundiaí, a equipe Eclesial Nacional – Padre Pedro, Paulo e Graça (Salvador), nomeia o casal Acácio e Magali para assumir a Diocese de São Paulo e o casal Jair e Sueli para a coordenação da Diocese de Guarulhos, provisoriamente até ser feito o processo de escolha. Em 12 de outubro de 1999, o casal Amilcar e Eneida foi escolhido, pela Equipe Eclesial Nacional – Padre Mário, Lázaro e Senir (Brasília-DF), para coordenar a Diocese de Guarulhos. E o casal Amilcar e Eneida convida Padre Miguel para fazer parte da equipe diocesana.
Manaus
A história da formação do Movimento em Manaus-Amazonas começou em 1979, quando o casal Joaquim e Déa Margarido fizeram o 3º FDS em São Paulo, realizado no dia 25, 26 e 27 de maio de 1979, coordenado pelo casal Rubens e Helena Furstenberger (Ponta Grossa – Pr).
Padre Alfredo Ferronato, do PIME – Pontifício Instituto das Missões, que neste período prestava serviço na Prelazia de Parintins, já tinha feito o FDS nos Estados Unidos e trabalhado em vários fins de semanas. O desejo de trazer o Movimento para Parintins fez com que Padre Alfredo entrasse em contato com a Equipe Eclesial Nacional, onde foi informado que o casal Joaquim e Déa já haviam participado de um FDS em São Paulo e que residiam em Manaus.
O encontro entre Padre Alfredo e o casal Joaquim e Déa, aconteceu em um almoço marcado para conversar sobre a possibilidade da realização de um FDS em Parintins, e nesta oportunidade, o casal se comprometeu em dar todo o apoio. Nos dias 27, 28 e 29 de 1979, se realiza o 1º FDS em Parintins, com a participação de 20 casais. Sendo que os casais que trabalharam neste FDS foram, Nelson e Maria Tereza Stremel (Ponta Grossa), Bruno e Davina (Ponta Grossa). E nos dias 16, 17 e 18 de novembro de 1979, foi realizado o 2º FDS em Parintins com os casais Nelson e Maria Tereza Stremel e João Carlos e Célia Ferreira de Belo Horizonte.
No início do ano de 1980, o casal João Carlos e Célia Ferreira contatou com o casal Joaquim e Déa Margarido para saber da possibilidade de Manaus sediar o Encontro Latino Americano, para acolher dez países. Confirmada a possibilidade, o Encontro aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de maio de 1980, com a participação efetiva de nove países, sendo um casal e um sacerdote de cada país.
Com a realização do Encontro Latino Americano e com a representação do casal João Carlos e Célia e Padre Alfredo com equipe Nacional, que na oportunidade do Encontro, foi discutida a possibilidade de expansão do Movimento para Manaus, tendo os casais do Canadá, se responsabilizando pelos custos com a expansão. Desta forma, os casais canadenses se dispuseram a lavar carros e vender flores e arrecadaram recursos necessários para a expansão da Diocese de Manaus. Demonstrando que o Encontro Matrimonial têm uma família que participa, que se preocupa e vivência o valor desta grande família.
O 1º FDS em Manaus aconteceu nos dia 23, 24 e 25 de novembro de 1979, com a participação de vinte casais, dois padres Redentoristas e duas religiosas. E o 2º FDS se realizou nos dias 15, 16 e 17 de agosto, com a participação de quatorze casais, e a equipe responsável pela realização do encontro foi Rubens e Helena Füstemberg (Ponta Grossa), Jaime e Vera Lúcia G. Paulino (Belo Horizonte) e Pe. Alfredo Ferronato (Manaus).
Curitiba
Em Curitiba, o Encontro Matrimonial se originou na verdade em 1974 quando três casais de Curitiba (como consta acima), Ivo e Helena Arzua, Lineu e Regina Borges de Macedo e Djalma e Tereza Palmeiras, fizeram o 2º encontro em Itaici. Como equipe trabalharam Padre Jack, Richard e Heddy Long e George e Mimi Davy. Para os casais brasileiros foi de difícil compreensão, pois foi todo aplicado em inglês. Apesar das dificuldades os casais voltaram entusiasmados e prepararam o 1º Encontro em Curitiba, outubro de 1974. Neste Encontro trabalharam como equipe Padre Jack, Richard e Heddy Long e John e Cristine Lyon com a participação de oito casais, três sacerdotes e quatro seminaristas, proferidas em inglês, tendo em vista que a dificuldade do idioma ainda não foi superada.
A partir dos fins de semanas realizados em espanhol em Ponta Grossa e Belo Horizonte que o Encontro Matrimonial começou a dar frutos.
“Desse momento em diante, o Encontro Matrimonial, como se decidiu chamar no Brasil, não parou de crescer. O amor dos casais e sacerdotes, de Ponta Grossa, sem medir esforços, trouxeram para Curitiba o 1º Encontro Matrimonial, em português, que foi realizado no início do ano de 1978, com a participação de 25 casais e 2 religiosas” (Documento enviado por Curitiba).
A equipe que trabalhou neste FDS, que vieram de Ponta Grossa foram Gari e Edna Grolmann, Bruno e Davina Kiska, Carlos Alberto e Tereza Cury e Pe. Jack. Consta em documento que até no 8º Encontro os casais que trabalharam nos fins de semanas foram casais de Ponta Grossa sendo eles: Gari e Edna Grolman, Bruno e Davina Kiska, Carlos Alberto e Tereza Cury, Nelson e There, Ludovico e Nara, Dagoberto e Vera, Edson e Bernadete, José e Lucimar, Benzo e Lucimar, Agenor e Eliane, Heitor e Jacira, Loyola e Karime, Rubens e Heleninha; e os sacerdotes, Padre Jack, Padre Geraldo, Padre José Bugatti e Frei Daniel. A partir do 9º FDS o casal Sebastião e Matilde de Campo Largo trabalhou como equipe, em 11, 12 e 13 de maio de 1979 e no 10º Encontro, Padre Penalva de Curitiba estreou como equipe da Diocese de Curitiba. Após o 1º Profundo realizado em Curitiba (novembro de 1980) com a participação de dez casais e um sacerdote, foi estruturado a Diocese de Curitiba.
Florianópolis
O início da implantação do Encontro Matrimonial em Florianópolis se deu em 1981, quando o Frei Jacinto, da paróquia da Santíssima Trindade de Florianópolis, convidou o casal Rute e Orestes desta comunidade, para participar de um FDS do Encontro em Curitiba. Este casal voltou entusiasmado e decidido a implantar o Encontro em Florianópolis. Com a ajuda da coordenação de Curitiba, que tinha como Equipe Eclesial Edson e Janete e Padre Penalva de Curitiba, e os casais Rubens e Heleninha (Ponta Grossa), Sebastião e Matilde (Campo Largo) e Márcio e Mazarelo (Belo Horizonte), aconteceu o primeiro FDS em Florianópolis, nos dias 7, 8 e 9 de Novembro de 1981. O casal Ernesto e Regina, que fez o encontro em Curitiba, e o casal Ruem e Áurea, participante do primeiro FDS em Florianópolis, colocou-se a disposição do Frei Luiz Witiuk da paróquia Santíssima Trindade, para qualquer trabalho dentro do movimento. Em 1982, o casal Ernesto e Regina foi convidado para assumir a coordenação provisória juntamente com o Frei Luiz Witiyk. Organizaram a coordenação e receberam orientação para a formação de grupos de Pós-Encontro. Através destes casais que fizeram as reuniões foi formada a coordenação como Pré-Encontro, Pós-Encontro, Secretaria, Tesouraria e Jornal.
Em julho de 1982, quatro casais fizeram o Profundo em Curitiba, sendo que dois casais escreveram as palestras, conseguiram terminá-las com o acompanhamento do Padre Ugo Caldini, com grande experiência no Encontro em Guatemala. Nos dias 04, 05 e 06 de maio de 1984, aconteceu o 12º FDS formada por equipes da própria cidade de Florianópolis.
Brasília
Em Brasília a implantação do Encontro Matrimonial se deu no início de 1980, em função da transferencia de João Batista de Assis Corrêa, funcionário público, juntamente com sua esposa Maria do Carmo Arreguy Corrêa, com apoio da Equipe Eclesial Nacional, este casal trouxe para Brasília a experiência do Encontro Matrimonial vivenciado em Belo Horizonte – Minas Gerais.
A primeira providência tomada foi obter a permissão do Arcebispo D. José Newton de Almeida Batista. No mesmo ano e no mês de maio o casal foi recebido pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília, D. Geraldo Ávila, onde expôs o plano de implantação do Encontro em Brasília, bem como a literatura sobre a trajetória do Encontro Matrimonial em diversas partes do mundo. D. Ávila pediu-lhes tempo para estudar os fundamentos e os objetivos do Encontro Matrimonial.
O tempo de estudo durou até maio de 1982, quando ele comunicou ao casal que já poderiam realizar os fins de semanas. Durante o pedido de espera, no entanto, a Arquidiocese de Brasília solicitou ao casal que convidasse o sacerdote responsável pelo Movimento, naquela ocasião, Padre José Penalva de Curitiba, para vir conversar com D. Newton. Em outra ocasião, foi solicitado também, para que o casal apresentasse um resumo dos objetivos do Encontro Matrimonial ao grupo de dirigentes que se reuniam mensalmente sob orientação do Monsenhor Damasceno, a fim de que pudessem avaliar com seria a aceitação de mais um movimento de casais em Brasília. Apesar de muitos dirigentes terem se manifestados contrários à implantação do Diálogo, a pretensão do casal mineiro foi defendida por um casal que se encontrava presente na reunião, e que testemunhou a favor deles, afirmando conhecer o Encontro Matrimonial, principalmente pelos frutos que viam no casal.
Mesmo com todos estes obstáculos, D. Ávila manifestou sua preocupação como, o que seria oferecido aos casais depois do fim de semana? O casal assumiu o desafio e através das palestras do FDS, montou-se um Pós-Encontro, que apresentou um resultado imediato, inclusive no campo de recrutamento. E estas palestras do Pós-Encontro acabou sendo adotada em todo país, pois até este momento, o Encontro possuía grupos de convivência chamados de “Círculos de Amor”, ainda sem um trabalho organizado e especificamente visando dar continuidade do que foi dado no FDS.
O 1º FDS em Brasília se deu nos dias 10, 11 e 12 de junho de 1982, faziam parte da equipe Pe. Antônio Alencar Monteiro de Montes Claros – MG, João Batista e Maria do Carmo Arreguy Corrêa, Armando e Marilda Carneiro e Mário Elias e Clara Michel, todos de Belo Horizonte.
No período, de 1982 a 1985, o Encontro Matrimonial em Brasília, ficou sob orientação do casal João Batista e Maria do Carmo, que organizou toda a estrutura necessária para a efetivação desta Diocese. Em novembro de 1986, aconteceu o primeiro processo de escolha da Equipe Eclesial Nacional em Brasília, sendo que o casal escolhido foi José Arnaldo e Beatriz e diante da ausência de sacerdote na Diocese, o D. Heriberto Hermes de Mineiros – Go, colaborou intensivamente na nova Diocese do Encontro Matrimonial.
Londrina
A história de Londrina se deu início, em novembro de 1975, quando padre Jack, de Ponta Grossa, o casal Angel e Conchita, do México, o casal Acácio e Welma, de Belo Horizonte, e o casal Aléxis e Beatriz, de New Jersey – USA, foram como equipe, ministrar um FDS em Londrina. O primeiro FDS de Londrina, e o quarto do Brasil, apoiado pelo Movimento Familiar Cristão.
Após esta experiência, seguiram-se mais quatro FDS, sendo o quinto em outubro de 1977. Infelizmente não houve sucesso na tentativa, e o movimento, em Londrina, sofreu uma paralisação, até que em 1990, Frei Daniel e o casal Rodolfo e Eli Pachenda, de Curitiba, aceitaram a missão a eles confiada pela Equipe Eclesial Nacional (Padre Franco, Diego e Cláudia) de expandir o Encontro Matrimonial para Londrina.
Durante o período compreendido entre a paralisação das atividades do Movimento em Londrina, em 1977, e a sua retomada, em 1990, vinte e nove casais foram encaminhados para participar de FDS em Ponta Grossa e em Curitiba. Também nesse período o casal Benedito e Regina, mudou-se para Londrina, vindo de Ponta Grossa, onde se integrou aos grupos existentes em Londrina como “casal Equipe”. Este casal coordenou esses dois grupos até que novamente transferiu-se para Ponta Grossa.
Em maio de 1991, o casal Zé e Arialda, vindo de Curitiba, chega a Londrina já como casal Equipe. Como já existiam oito casais ativos, foram formados dois grupos de pós-encontro, ficando um grupo com o casal Zé e Arialda, e outro com o casal Renato e Sandra, ambos “casais-apoio”, apesar do casal Renata e Sandra não ser casal Equipe, só haver feito o Profundo.
Ainda em julho de 1991, realizou-se a primeira reunião geral, que se tornou mensal, denominada “Noite do meu amor”, preparada pelo casal Zé e Arialda.
Desde a mudança do casal Benedito e Regina para Ponta Grossa o grupo em Londrina estava sendo “atendido” pelo casal Renato e Sandra, até que, em 25 de outubro de 1991 aconteceu um mini processo de escolha para a substituição do “casal coordenador”, tendo sido eleito o casal Zé e Arialda.
Em 1992 – 21 a 23 de fevereiro – o Padre Joaquim, faz o FDS Profundo em Belo Horizonte.
A 16 de junho – passados 17 anos do primeiro FDS de Londrina, foi feito ao arcebispo de Londrina, D. Albano Cavallin, o pedido para que voltassem a ser realizados, em Londrina, os FDS do Diálogo. É dada a autorização acrescida da frase: “Vocês estão me trazendo um presente de Natal antecipado!” Assim, de 31 de julho a 02 de agosto, realiza-se o primeiro FDS e nele trabalham: o Padre Joaquim, os casais: Rodolfo e Eli, Zé e Arialda e Marcos e Graça.
Em janeiro de 1993 – perda irreparável de um membro da expansão do Encontro Matrimonial em Londrina: morre o Frei Hermelindo, membro do primeiro FDS de Londrina que caminhava com grande entusiasmo.
Em 02 de março de 1993 acontece um mini processo de escolha, onde o casal Marcos e Graça são eleitos casal coordenador.
Em janeiro de 1993 – segunda grande perda da expansão Londrina: Padre Joaquim pede sua dispensa do sacerdócio.
Em inícios de 1995, Zé e Arialda retornam à coordenação em Londrina.
A 17 de maio de 1998, durante a realização do FDSR (Fim de Semana Renovado) a nível nacional, em Belo Horizonte, foi homologada oficialmente pela Equipe Eclesial Nacional – Padre Pedro e o casal Paulo e Graça – e com a anuência das equipes eclesiais de todas as dioceses do Brasil, a criação da Diocese de Londrina. Lá se encontravam presentes os casais Zé e Arialda, Nena e Ana e Amauri e Bel. O “slogan” escolhido foi: “Regional Londrina – Nascida do Amor”.
A primeira Equipe Eclesial de Londrina nomeada naquele momento foi formada pelo Frei Benedito e pelo casal Zé e Arialda; ficando o Pré-encontro com Amauri e Bel e o Pós-encontro com Nena e Ana; a comunicação com Ézio e Sonia, acumulando as funções da tesouraria, e o casal Chico e Clara com o jornal; o casal Dinho e Maria ficou com a secretaria.
Salvador
Na Diocese de Salvador o Encontro Matrimonial foi fundado pelo casal mineiro Zé Maria e Mary, que vieram por motivo de transferência do trabalho de Zé Maria. O primeiro FDS realizado foi em 1983, com a anuência do Cardeal dom Avelar Brandão Vilela, o qual, foi procurado pelo casal mineiro, sendo que o Cardeal concordou com a vinda do Encontro Matrimonial para Salvador, com o apoio do Padre Casimiro que na época era pároco da Paróquia Nossa Senhora da Luz, no bairro de Pituba. Os primeiros FDS que foram realizados em Salvador os casais palestrantes eram todos mineiros. A partir do primeiro Profundo em Salvador (não consta a data), dois casais deram início à suas palestras, sendo eles, Toninho e Ivone e Fernando e Celma.
Em 1985, o casal Zé Maria e Mary soube que seria transferido novamente para Minas Gerais, tomaram a decisão de precipitar a transformação de Salvador em uma diocese (Regional)
Jundiaí
Em abril de 1979 teve início o Encontro Matrimonial em Jundiaí, como expansão de Ponta Grossa, onde casais desta cidade se dispuseram a levar o Encontro Matrimonial para Jundiaí. Nesta mesma data foi realizado o primeiro FDS (27, 28 e 29 de abril), contando com a seguinte equipe: Padre José Bugatti – Ponta Grossa, – PR Sebastião de Araújo Rezende e Sidnéa – Belo Horizonte – MG, Edson Chiarello e Maria Bernadete – Ponta Grossa – PR e Nelson Stremel e Maria Tereza – Ponta Grossa – PR. Participaram vinte e dois casais de Jundiaí, um casal de Campinas e um do Espírito Santo do Pinhal – SP e um sacerdote de Divinolândia – SP.
A implantação do Encontro Matrimonial em Jundiaí foi bem aceita pelos casais desta cidade sendo que podemos constar no documento que foi enviado pelos próprios casais:
“Havia um grande entusiasmo pelo movimento, em nossa diocese, acarretando fila de espera para participar dos FDS; tanto que nesse mesmo ano foram feitos cinco FDS: em abril, 24 casais e um sacerdote, em junho com 23 casais, em agosto com 24 casais e dois sacerdotes, setembro com 25 casais e outubro com 26 casais. Tivemos a participação efetiva do Pe. Jack Patrick como equipe, no 2º FDS realizado de 29/06 a 01/07/79 e no 5º FDS realizado de 26 a 28/10/79”.
A formação de casais equipe em Jundiaí possibilitou a estréia no 5º FDS em outubro de 1979 do casal Luiz e Francisca Melato, no 6º FDS em fevereiro de 1980 à estréia do casal Luiz e Olga e no 7º FDS, em abril de 1980, a estréia de Edmundo e Vera Tealdi.
A primeira Coordenação do Encontro Matrimonial em Jundiaí foi formada em janeiro de 1980 e era composta por:- Padre Sérgio – Diretor Espiritual – Edmundo e Vera Tealdi Casal Coordenador, Cisímio e Willa Piccolo, Luiz e Olga, Antonio Henrique e Dirce e Luiz e Francisca Melato.
O primeiro FDS Profundo da Regional de Jundiaí ocorreu de 28/02 a 02/03/1980 e o 2º foi realizado de 13 a 16/03 do mesmo ano.
No FDS de abril e maio de 1980, o casal Luiz e Olga estreou a palestra “B” e Antonio Henrique e Dirce a palestra “C”.
Na ata de reunião do dia 28 de maio de 1980 consta à carta convite à coordenação de Jundiaí para participar de uma missa e coquetel, a realizar-se em Ponta Grossa no dia 31 de maio de 1980, às 19:00h em homenagem ao Padre Jack, que no mês de junho daquele ano voltaria definitivamente aos Estados Unidos. Sugerido e aprovado o envio de uma lembrança ao padre, que com seu desprendimento e empenho trouxe o Encontro Matrimonial para o Brasil.
Em 25 de junho de1980, consta em ata que o Padre Jack esteve em Jundiaí para sua despedida. Essa mesma ata, registra o desligamento do casal Edmundo e Vera, da Coordenação do Diálogo, por motivos particulares.
Em vista do desligamento do casal coordenador, a Coordenação Nacional orientou para que se fizesse uma nova eleição, ou que os cinco casais da coordenação, respondessem pelas decisões tomadas até a próxima eleição, e conforme consta da ata de 18 de julho de 1980, a segunda opção é a que foi escolhida.
Na ata de 27 de agosto de 1980, encontramos relatado o apoio da Coordenação Nacional quanto à solução transitória e uma menção agradecendo ao casal Edmundo e Vera pelos esforços que fizeram para a implantação do Encontro Matrimonial em Jundiaí.
Na reunião de 28 de outubro de1980, conforme ata, foi discutida a eleição da nova Coordenação da Regional, e na próxima reunião ordinária realizou-se a votação com a presença de dois sacerdotes e treze casais, sendo eleito mais uma vez o casal Edmundo e Vera para o ano de 1981. No mês de maio de 1981, os casais Edmundo e Vera, Luiz e Olga participaram em Ponta Grossa do encontro de “Unificação de Critérios”.
Em 08 de janeiro de 1982 foi eleita a nova Coordenação da Regional para o ano de 1982, e a Equipe Eclesial foi formada pelo Padre Paulo Haenratz e o casal Luiz e Francisca.
Em 28 de fevereiro de 1989 foi eleito o casal Luiz Gonzaga e Olga, para junto com o Padre Arlindo Binotto, formarem a nova Equipe Eclesial da Coordenação do Encontro Matrimonial em Jundiaí.
Na reunião de 29 de novembro de 1990, consta em ata que o casal coordenador deveria ser substituído, porém como só o casal Luiz e Olga tinham as quinze palestras escritas, decidiu-se que eles permaneceriam até novembro de 91, com a condição de até essa data outros casais assumiriam o compromisso de escrever as palestras.
Na reunião de 07 de novembro de 1991, o casal Luiz e Olga diz da dificuldade de conduzir os destinos do Encontro Matrimonial em Jundiaí, e que será um desafio a sua manutenção até maio de 92. A continuidade depende da formação de mais casais “A”.
Na ata da reunião de 20 de janeiro de 1992 voltando ao assunto da situação do Encontro Matrimonial em Jundiaí, a Assembléia Nacional não se manifestou sobre a solicitação do casal Luiz e Olga, então coordenadores, sobre sua falta de entusiasmo para dar continuidade ao movimento em Jundiaí, mas que mesmo assim se propõe a mais uma tentativa.
Nessa mesma reunião consta o pedido de ajuda do Padre Sardinha de Fernandópolis, para que alguns casais de Jundiaí possam auxiliá-lo na coordenação do Encontro Matrimonial em sua cidade, ficando acertado a ida do casal Arlindo e Inês que convidou também o casal José Roberto e Mary.
Através de Carta, datada de 13 de março de 1992, assinada pelo casal João e Júlia e Padre Alberto, a Coordenação Nacional do Encontro Matrimonial, sediada em Curitiba, comunica a extinção da Diocese de Jundiaí e indicam a Regional de São Paulo para a missão de guiar e apoiar, portanto a diocese de Jundiaí se torna expansão de São Paulo.
Ata da reunião de 15 de abril de 1992 – presidida pelo Padre Arlindo e o casal Coordenador Luiz e Olga e com a presença de outros membros da coordenação, foi lida a carta recebida da Coordenação Nacional, demonstrando o grande descontentamento com as atividades do Encontro Matrimonial em Jundiaí, desligando-a da Nacional, ou seja, destituindo-a como Regional (Diocese) e oferecendo como alternativa, ficar subordinada à Diocese de São Paulo, até que haja uma nova e provável avaliação. Os casais deram suas opiniões e posições a respeito, prevalecendo que o Encontro Matrimonial em Jundiaí deve continuar normalmente e sob orientação do Padre Arlindo, até que se assuma uma posição definitiva.
O casal Luiz e Olga falou sobre a decisão da Nacional, “afirmando a real falta de liderança, ficando estritamente nos trabalhos de grupo e a falta de casais para alternar-se na Coordenação”. Manifestou sua permanência como assessoramento à Regional de São Paulo e informou que eles deixam a Coordenação a partir desta data.
Em 09 de outubro de 1982 foi enviada uma carta da Regional (Diocese) de Jundiaí à Coordenação Nacional: João, Júlia e Padre Alberto, solicitando uma visita a esta cidade, para discutir-se pessoalmente os problemas com a extinção da Regional (Diocese) de Jundiaí.
Ata da reunião de 09 de dezembro de 1992 – foi relatado o resultado da visita dos casais Arlindo e Inês e José Roberto e Mary à Fernandópolis e Auriflama, onde na primeira cidade foram realizadas reuniões como a de renovação com onze casais que participaram do último FDS e uma reunião com quatro casais de vários grupos e terminando com uma confraternização. Em Auriflama foi uma visita ao Padre Sardinha, convidando-o para participar de um FDS em Jundiaí.
Na ata da reunião de 19 de maio de 1993, a coordenação enfatiza a necessidade de reativar a Regional (Diocese) de Jundiaí, pois com o aumento do número de casais participantes ficou difícil sem o relacionamento com a Coordenação Nacional. Ficou marcada uma reunião para discutir a reestruturação de todas as áreas do Encontro Matrimonial em Jundiaí para melhor desenvolvimento.
No dia 30 de Julho de 1993 foi enviada uma carta à Coordenação do Cone Sul – casal Ana e Horácio e Padre Cesar, relatando cronologicamente todas a tentativas de Jundiaí em marcar uma reunião com a Equipe Nacional e que não fomos atendidos, bem como os motivos pelos quais recorremos à Coordenação Latina Americana (Cone Sul), solicitando uma intervenção para sermos atendidos.
Em 01 de novembro de 1993 foi recebida a carta da Coordenação Nacional (João e Júlia) sobre o encaminhamento dos materiais, vivências, bosquejos, etc, atualizados, para a Diocese de São Paulo, quando então Jundiaí passou a ser expansão dessa Diocese.
Em Novembro de 1993 foi novamente encaminhada uma carta ao Secretariado Latino Americano de agradecimento ao apoio dado a Diocese de Jundiaí, bem como a formalização do aceite para que a Diocese de Jundiaí se torne expansão da Diocese de São Paulo.
Por decisão da Coordenação Nacional, Carta de 01 de novembro de 1993, Jundiaí passou a ser expansão de São Paulo, tendo o casal Kao e Vera, como casal contato.
Foram renovadas as palestras de FDS dos casais equipe: Kao e Vera, Arlindo e Inês, José Roberto e Mary e do Padre Arlindo, com o acompanhamento de Luiz e Ivone, e Paulo e Eliza da cidade de São Paulo.
Em curto espaço de tempo, a Coordenação da Diocese de São Paulo deixou de dar o apoio necessário à Jundiaí para renovação das palestras de seus casais equipe, no fornecimento e esclarecimento da atualização dos materiais enviados pela Coordenação Nacional.
Houve dificuldade entre a Diocese de São Paulo e Jundiaí resultando no afastamento entre elas, mesmo com esta dificuldade Jundiaí persiste e faz acontecer um fim de semana do Encontro Matrimonial em sua cidade, como podemos observar no documento abaixo:
“Isto ficou evidenciado no FDS de 15 de abril de 1994, com a participação de 20 casais, tendo como equipe o Padre Arlindo, Paulo e Eliza, José Roberto e Mary e Arlindo e Inês, ocorreram atritos do casal “A” de São Paulo com o nosso sacerdote, durante a avaliação dos trabalhos da sexta-feira à noite, causando a este forte sentimento de mágoa. Por esse motivo o casal se isolou dos demais membros da equipe e de modo notório em relação ao sacerdote. Ao final do FDS o casal de S.Paulo comunicou à equipe a decisão de não mais apoiar Jundiaí como expansão. A partir desta data eles se afastaram e deixaram de nos apoiar como expansão, sem que isto fosse oficialmente comunicado e sem que a coordenação nacional indicasse outra regional para nos acompanhar. Em decorrência desses fatos e motivados pela procura de casais para fazerem o FDS, os casais equipe, juntamente com o Padre Arlindo decidiram continuar o trabalho dedicado ao Encontro Matrimonial, pois não poderíamos deixar o movimento “morrer” em nossa cidade, por acreditarmos na grandeza, beleza e nos reais benefícios deste para as famílias cristãs. Assim sendo, de janeiro de 1996 a setembro de 1997, realizamos quatro FDS com a participação total de 59 casais”.
Para a alegria de Jundiaí, em 09 de fevereiro de 998 receberam uma carta da Coordenação Nacional, assinada por Paulo e Graça e Padre Pedro, comunicando o apoio de todas as Dioceses para a volta de Jundiaí à condição de Diocese. Para tanto foi solicitado para que Jundiaí: cumprisse na íntegra do Estatuto; atualizasse todas as palestras; utilizasse o novo roteiro de Pós-Encontro; fornecesse cópias de todos os quadrantes de FDS realizados no período de 1992 a 1997.
Após o recebimento dessa carta Jundiaí procurou se adequar às exigências acima e prepararam-se para participar do “Fim de Semana Nacional” em Belo Horizonte, realizado de 15 a 17 de maio de 1998, tendo como equipe de trabalho Frei Daniel (Curitiba), Padre Pedro Munera (Salvador), os casais João e Júlia (Curitiba), Paulo e Graça(Salvador) e Tadeu e Sonia(Salvador).
Este FDS Nacional foi vivido por todas as Dioceses com a finalidade de renovação das palestras dos casais e sacerdotes, de acordo com as novas diretrizes do Encontro Matrimonial Mundial e o compromisso da realização de um FDS nos sessenta dias seguintes. Por Jundiaí participaram os casais: José Roberto e Mary, Kao e Vera, Osvaldo e Celina, e o Pe. Arlindo Binotto. Nessa ocasião foi oficializada a volta à condição de Diocese, junto com a Diocese de Londrina.
Em cumprimento ao solicitado no FDS Nacional de Belo Horizonte, foi realizado o FDS Renovado em Jundiaí, nos dias 14, 15 e 16 de Agosto de 1998, com a participação de vinte casais.
Rio de Janeiro
A implantação do Encontro Matrimonial no Rio de Janeiro começou quando o Padre Aloysio Penna S.J., Reitor do Colégio Santo Inácio, participou de um FDS, fora do Rio de Janeiro (não consta à cidade), e acreditando no valor do diálogo, e como o Encontro Diálogo enriqueceria os casais e os sacerdotes,…, em fim todo o Rio de Janeiro, seria contagiado pelo “Sonho de Transformar o Mundo”, e motivado pelo “Sonho”,começou a recrutar casais, que eram pais de alunos do Colégio Santo Inácio. Desde 21 a 23 de agosto de 1981, os cariocas começaram a sonhar mais, resgataram o seu amor de casal, vivenciando o amor de Jesus em sua relação matrimonial, com a realização do primeiro FDS, com a equipe importada, com o querido Padre Penalva, dois casais mineiros (Gil e Leninha, Mário e Clara), e um casal paulista (Jose e Irani ), participando 29 casais, realizado na Casa da Gávea. Os cariocas ficaram tão apaixonados pelo “Sonho”, e inspirados pela ação do Espírito Santo, desafiaram 24 casais a fazerem o segundo FDS, no mês seguinte (18 a 20/09/81), novamente com ajuda dos casais mineiros e paulistas. A Boa Nova ia se alastrando, com a coordenação de um casal Aloysio e Marília, que mesmo sem ser equipe, foi fiel ao “Ideal” do encontro, juntamente com dois casais recrutadores (Mauro e Marília, Ana e Jaime).
Os casais do Rio de Janeiro são muito gratos aos casais que vieram de outras Dioceses sem medir esforços para a implantação do Encontro Matrimonial nesta cidade, como podemos observar pela forma carinhosa que se direcionam a estes casais:
“Não poderíamos deixar de mencionar ‘Os Patos Selvagens’, a equipe de FDS importada, que tanto fez pelo ED, também no RJ”.
Em 1982, surgiu o primeiro jornal e uma das matérias dizia: “Um Mundo Novo no Rio – O Rio está sendo ‘tomado de assalto’, por alguns casais e sacerdotes que vivem profundamente suas Vocações”.
E na matéria deste jornal foi mencionada também a admiração que os casais do Rio têm pelos casais que trabalharam nos fins de semanas dedicando-se a esta cidade:
“Eles vêm vindo de Minas Gerais, São Paulo, Paraná. Não são muitos e suas atividades parecem estar limitadas a uns poucos fins de semanas, nos quais passam por nossa cidade testemunhando um grande amor. A cada FDS que se realiza, nossa cidade começa a mudar um pouquinho. A mudança provavelmente ainda não foi percebida por muitos, mas já se faz sentir em alguns lares, agraciados por uma visão Cristã no Matrimonio”.
Em abril de 1982 foi realizado o quarto FDS, ainda com casais de outras Dioceses (os Patos Selvagens), mas com a felicidade da estréia de um sacerdote, Padre Aloysio Penna, o sacerdote que trouxe “O Sonho de Transformar o Mundo” para o Rio de Janeiro. Logo após se realizou o primeiro FDS Profundo, com a equipe formada pelo “nosso querido e saudoso” Padre Bugatti, e o casal João Carlos e Célia (que se dedicaram para a implantação do encontro no Rio), com a participação de 15 casais e 5 sacerdotes, sendo 9 casais e 2 sacerdotes do Rio, que assumiram a missão de implantar um Núcleo do Encontro Matrimonial.
Para felicidade dos cariocas quando o Rio de Janeiro comemorava seu primeiro ano do Encontro Matrimonial, no mês de agosto (20 a 22/08/82), se realizava o quinto FDS. Com a participação do Padre Aloysio Penna, mais a estréia de dois casais equipes, participando também, João Carlos e Célia. Participaram do encontro 31 casais, com o primeiro casal de Niterói participando do FDS.
A maioria dos casais que participavam no início era da zona sul, mas o “Sonho” foi se alastrando, chegando na Tijuca, zona norte, em Jacarepaguá, zona oeste, Niterói, aos poucos chegando na Ilha do Governador, e outros bairros.
Em 25 a 27 de maio de 1984, foi realizados o décimo terceiro FDS, com a equipe de casais do Rio de Janeiro, mas houve a participação de dois sacerdotes transmitindo o FDS, começou com o Padre Aloysio Penna até Sábado antes do almoço, pois o mesmo foi para Paulo Afonso, onde foi ordenado bispo daquela cidade, deixando o Frei Alcides, de Curitiba, como substituto até no Domingo, na hora do almoço, com este acontecimento se experimentava o como o ED, era também importante para esses dois sacerdotes, e nesse FDS marcava-se a despedida do bispo Dom Aloysio Penna.
O casal Ramom e Lúcia relata no documento enviado para este trabalho sobre os sentimentos que os casais do Rio de Janeiro têm pelo Frei Laudelino que foi muito importante para todos da família do Encontro Matrimonial:
Mas nesse mesmo tempo nosso saudoso Frei Laudelino, com seu jeito humilde, de menino travesso que às vezes tinha seus momentos de ‘Aldonza’, mas que tinha seus momentos de D.Quixote tão fortes e significativos, que encantava a todos, incentivando a lutarmos pelo ‘Sonho’, ele gritava ‘todos nós somos capazes de reconstruir o mundo não para agora, mas lançarmos sementes para gerações futuras’. Ele sonhava, e sonhava alto demais, e quando a comunidade estava desanimada, ele ‘esbravejava’. ‘Que mesmo que tivesse só um terço do muro em pé, o muro ainda não caiu, vamos reconstruí-lo, vamos continuar na luta, mesmo que o muro caia, vamos reconstruí-lo, Jesus está junto, Êle nos dá a força’, e esbravejava ‘vamos lá minha gente, todos unidos num mesmo ideal’. Saudades!”.
No ano de 1988, houve muitas estréias de casais equipes, como outros, foram levar a missão para outros lugares, mesmo tendo estreado 16 casais equipes, a pressão de uma grande cidade era muito forte, e ficaram 8 casais equipes, mas lutando cada vez mais pelo seu relacionamento, cumprindo com a missão de ser “luz” no mundo. Para alegria dos sonhadores o FDS ia se alastrando para os cariocas, e a paixão era tanta que começou atingir mais intensamente a cidade de Niterói, levando até Teresópolis, que era o grande “Sonho de Frei Laudelino”, e era a cidade onde ele vivia. A luta pelo “Sonho” continuava, foram muitos os “D. Quixotes”, todos grandes lutadores, que estavam sempre dispostos a “vencerem o mal”, através de serem fiéis ao seu Sacramento, experimentando o amor de Jesus em seu relacionamento.
Vale ressaltar a paixão que os casais do rio de Janeiro têm pelo Encontro Matrimonial, que mesmo possuindo dificuldades continuaram e continuam lutando para realizar o sonho dos dialogueiros que é o de “transformar o mundo”:
“A história de amor do ED foi e continuará no R.J., com toda a certeza igual em outros lugares, com desilusões, nos sentindo impotentes, experimentando sentimento muito forte de derrota, mas através da fé, da ‘decisão de amar’, de viver o10-10, da oração,…, e principalmente as ‘Graças de Deus’, atuando, o ‘Sonho’, permanece vivo, e sempre permanecerá, e todos que plantaram suas sementes, despertando as pessoas para ‘Sonhar’, seja aqui no Rio, como em qualquer outro lugar, com toda certeza, quando chegou sua hora, ou quando chegar, ‘sua alma descansará em paz’, pois sabe que ‘combateu um bom combate’”.
Niterói – Rio de Janeiro
Niterói e Rio de Janeiro são cidades bem próximas, separadas apenas pela Baia de Guanabara, mas ligadas pelo serviço de transporte das barcas. Com a inauguração dos 14 km da Ponte Presidente Costa e Silva, esta proximidade ficou ainda maior, as suas populações se confundem como se fossem uma só e seus moradores consideram a outra cidade como uma extensão da sua.
A história de Niterói em relação ao Encontro Matrimonial já remonta 19 anos, quando, em 1982, o primeiro casal (não consta o nome do casal) fez o seu FDS original, o 5º do Rio de Janeiro.
A partir daí, esporadicamente, outros casais tiveram a oportunidade de vivenciar aquela experiência, sem formar, no entanto, uma comunidade. Por ocasião do 33º FDS, em 1987, o casal coordenador da Regional (Diocese) apadrinhou o casal Fiori e Agenir. O efeito da experiência em seu matrimônio fez com que não “enterrassem o tesouro recebido” e, a cada FDS, lá estavam eles apadrinhando novos afilhados.
Até então, todo o Processo Ponte e o Pós-Encontro eram processados no Rio de Janeiro. Posteriormente, começaram a ser dados por casais de Niterói. O movimento foi ganhando corpo e rosto. Niterói já se encarregava do Pós-Encontro com seus casais apoio.
O grande impulso, porém, aconteceu quando o Padre Antônio, sacerdote de Niterói, um apaixonado pela Pastoral da Familiar, fez o seu FDS original. Não demorou muito para se tornar sacerdote equipe, apadrinhou grupos de casais em diversos FDS no Rio de Janeiro, incentivando muito o movimento.
Com esse apoio, surgiu a possibilidade de Niterói formar casais equipe, o que se concretizou em novembro de 1995, com a realização do primeiro FDS nesta cidade com uma equipe representada por dois casais do Rio de Janeiro, um de Niterói e o Padre Antônio como sacerdote.
Nesse mesmo FDS, o Padre Pio, também de Niterói, fez o seu FDS original, logo se tornando também sacerdote equipe, dando o seu primeiro FDS em Niterói. Pouco depois, foi transferido por sua congregação para a cidade de Contagem, em Minas Gerais, sendo logo eleito membro da equipe eclesial de Belo Horizonte.
Após esse FDS, Niterói não parou mais, passando a coordenar seus pilares Pré-Encontro, Pós-Encontro, Comunicação e Divulgação, em comunhão com os pilares do Rio de Janeiro, tendo realizado até a presente data, oito finais de semana.
De acordo com os registros, podemos observar que a cidade de Niterói 340 casais e 3 sacerdotes que já foram presenteados com a experiência do FDS, sendo que daqueles casais, 32 já vivenciaram a experiência do FDS Profundo.
A comunidade do Rio de Janeiro tem trabalhado pelos casais da Diocese de Niterói desde o início, apoiando e ajudando na caminhada, o que faz com que aja um laço de amor e amizade muito forte entre os casais dessas duas cidades.
Casais da Diocese de Niterói mostra o valor do Encontro Matrimonial para toda a sociedade, que é através de nosso serviço, do nosso sim, poderemos fazer um mundo melhor:
“No nosso empenho de viver o matrimônio como Deus nos propõe, fomos percebendo que a vida ganhava mais significado com momentos de felicidade mais freqüentes. Esse novo estilo de vida foi nos inquietando e questionando do porque não trabalhar mais pela harmonia e paz dos lares de nossa cidade. Fomos nos conscientizando de que quanto mais nos dedicarmos a propagar valores fortes que possam sustentar o relacionamento dos casais que se amam neste mundo que esmaga nossos sonhos, endurece nossos corações, mais tornaremos possível o sonho de fazer um mundo melhor. Começamos a perceber que poderíamos aproveitar mais desta proposta renovadora se nos colocássemos a serviço, dando o nosso sim à família do Diálogo. Percebemos que já estamos “crescidinhos” e que podemos dizer: Conte conosco! Queremos fazer esta família crescer e se multiplicar por este Brasil, e nada mais simples que começar por nossa casa, nossa cidade e nossa diocese. Sabemos que necessitaremos de muita perseverança para nos organizar e que o trabalho será árduo, mas também cremos que Deus está com todos os que desejam, se disponibilizam e assumem ser instrumentos de Seu amor. Conquistar a maturidade, assumir nossas responsabilidades e propagar nosso estilo de vida, são sonhos de quem está vivo, desejando renovar, transformar e mostrar, pelo modo de viver, a força da decisão de amar”.
Muriaé
Em fevereiro de 2000 o Padre Xiko convidou seis casais para viverem o FDS em Niterói, iniciando dessa forma a realização de seu “sonho” de levar para Muriaé o ED e ainda neste ano de 2000, em setembro, mais oito casais viveram no Rio o FDS Original. Esses quatorze casais, convidados pelo Padre Xiko pela liderança que demonstravam, como casal, em sua comunidade, se dedicaram a ajuda-lo no sonho de levar o movimento para Muriaé. Desses 14 casais 13 participaram de todo o processo ponte e das reuniões do pós-encontro; além disso fizerem o arranque para o profundo e 10 destes casais viveram o profundo em Belo Horizonte, em julho de 2001. Casais do Rio e de Niterói se dedicaram na caminhada do pós-encontro desses casais.
Em setembro de 2001 houve o 1º FDS em Muriaé, com a equipe do pré–encontro toda de lá. A equipe deste FDS, que foi o 115º da Diocese do Rio, foi composta por um casal de Belo Horizonte-João Carlos e Célia, um do Rio de Janeiro-Ramon e Lucia e um de Niterói-Eduardo e Eliana. O pós-encontro ficou sob a responsabilidade de três casais de Muriaé que, já tendo vivido o profundo, se prepararam para esse compromisso.
Neste 1º FDS de Muriaé participaram 16 casais. Em maio de 2002 teve o FDS “Deus em Nossa Vida”, com a participação de 16 casais, tendo o casal Rodolfo e Eli de Curitiba e Padre Xiko, como equipe e em maio e junho/2002, 10 casais também viveram o programa da “Jornada de Diálogo”. Muriaé têm três comunidades de apoio em atividade, sendo dois do último FDS e um do Grupo de 2000, dos que fizeram em Niterói e Rio de Janeiro.
Atualmente quatro casais iniciaram a escrita das palestras “C” e têm como objetivo a estréia de um no próximo ano, com mais um FDS na cidade. Padre Xiko viveu o seu 1º FDS em 1996 e mesmo antes de ter vivido já havia convidado vários casais para o ED. Sua estréia como sacerdote equipe foi em junho de 2000, no Rio. Fez o profundo em 1999, em Belo Horizonte e o Cadre em Guarulhos em 2001. Já foi equipe de ‘Deus em Nossa Vida” no Rio de Janeiro, Muriaé e Guarulhos e deseja ver o movimento ganhando mais força em sua comunidade.
Capítulo II
Estrutura do Encontro Matrimonial
O Encontro Matrimonial é composto de uma estrutura fundamentada numa organização mundial, secretariados, nacionais e regionais.
Em nível mundial o Encontro é assistido pela “Coordenação Mundial”, que consta de uma equipe Eclesial Mundial, a qual é composto de um casal e um sacerdote que coordenam o Encontro em nível mundial, com um grupo de trabalho e o Conselho Internacional de Secretariados. Já em nível de Secretariado, é dividida em Equipe Eclesial do Secretariado e o grupo de trabalho que consta de secretaria, tesouraria, pré-encontro, encontro, pós-encontro e expansão.
Há sete secretariados em todo mundo: Secretariado do Canadá-Canadá (5 distritos), Trinidad, Barbados; Secretariado da Ásia- Taiti, Sirilanka (Ceilão), Índia, Indonésia, Japão, Coréia, Filipinas, Singapura, Malásia, Tailândia; Secretaria dos Estados Unidos- 5 distritos, 1 de língua espanhola; Secretariado da África- Nigéria, África do Sul, Madagascar, Quênia, Zâmbia, Moçambique, Somália, Zaire, Tanzânia, Marrocos; Secretariado do Pacífico- Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Fidji, Belize; Secretariado Latino Americano- Cone Norte: México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Porto Rico, República Dominicana, Panamá; Cone Centro: Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia; Cone Sul: Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil; Secretariado da Europa- Áustria, Bélgica, França, Inglaterra, Escócia, República Irlandesa e Irlanda do Norte, Espanha, Iugoslávia, Itália, Alemanha, Holanda, Ilhas Virgens, Portugal, Polônia, Checoslováquia, Hungria.
Em nível nacional, o Encontro Matrimonial consta de uma Equipe Eclesial Nacional (um casal e um sacerdote) e o grupo de trabalho (secretaria, tesouraria, pré-encontro, encontro, pós-encontro). Desta forma estão também organizadas as equipes diocesanas, Equipe Eclesial Diocesana (um casal e um sacerdote) e o grupo de trabalho.
Para simplificar o entendimento do trabalho de cada grupo será levantada sobre as suas funções, levando em conta que no decorrer desta descrição poderá não estar completa, mas que poderá simplificar o entendimento de cada função, desta forma o trabalho de cada grupo são: Secretaria – preparar material para o Encontro, preparar o quadrante (nome e endereço dos casais que irão fazer o Encontro); fazer e atualizar relação dos casais que fizeram o Encontro; enviar cartões de aniversários de casamento e correspondência aos casais; jornal do Encontro; Atas; arquivo e envio de correspondência às dioceses e à Nacional, etc. Tesouraria – toma os cuidados das contas da Diocese; fazer mensalmente um balancete dos saldos em conta corrente; acertar as contas em geral do Encontro Matrimonial, pagar a casa onde foi feito o FDS (Fim de Semana); contratar a casa. Pré-Encontro – é responsável pela Noite de Informação (reunião onde é explicado o andamento do FDS); arrumação e animação das reuniões; fichas de inscrição; corrente de oração; crachás; arrumação da casa onde vai ser realizado o Encontro; saída do FDS; cozinha. Pós-Encontro – é responsável pela Noite de Reencontro (reunião após o FDS, com os casais que fizeram o último Encontro); convocar casais apoio para tocar os grupos; acompanhar as palestras dos casais apoio no Processo-Ponte e Pós-Encontro (nome dado às reuniões de grupos de casais); reunir-se com os casais apoio. Encontro – é responsável pelas Reuniões de Crescimento (convocar e preparar casais para darem as reuniões); convocar e preparar casais para escreverem as palestras do FDS, preparar os sacerdotes para escreverem as palestras do FDS, dar o Arranque (nome dado às reuniões aos casais que irão fazer o Profundo); convocar equipes que irão trabalhar no FDS; convocar o casal para dar a Noite de Informação. Coordenadores – Equipe Eclesial- visam zelar pelo respeito ao compromisso fundamental de trabalhar na relação de cada casal e de cada equipe, bem com ao compromisso de serviço e amor à Igreja e a todos os filhos da grande Família do Encontro Matrimonial, levando-os a fortalecer o seu carisma peculiar. Preserva, ainda, sua unidade mediante o zelo pela fidelidade ao “bosquejo” (é o tema e a seqüência a ser abordado nas palestras, sendo que noventa por cento das palestras relata sobre a vida do casal), e às orientações emanadas das coordenações superiores. E se dedicam também à expansão do Encontro, cada coordenações em sua respectiva área.
Para que o casal ou o sacerdote possa tornar-se equipes, isto é, que possam dar palestras no FDS, é necessário passar por um processo de reuniões (18 ao todo) e fazer o Arranque que são mais quatro reuniões preparatórias para fazer o Profundo. Profundo (Mais Profundo nome dado ao Profundo no início do Encontro-1976) é um encontro para casais e sacerdotes que os prepara para escrever palestras. E os casais e sacerdote que trabalham no Profundo, por sua vez, precisam ter realizado um encontro que os prepara para esse objetivo, chamado Cadre. Sendo que nesse encontro o casal e o sacerdote compartilham juntas as suas experiências de vida, ou seja, a matrimonial e a sacerdotal, fortalecendo ainda mais o relacionamento intersacramental.
Buscando aprofundar o conhecimento sobre a trajetória do Encontro Matrimonial no Brasil, buscou-se o dado contido nas atas, da Diocese de Ponta Grossa, que registram a sua memória, as quais são descritas a seguir.
Capítulo III
A trajetória do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa: a análise documental
Ao decidir a forma de ser analisada a trajetória do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa, definiu-se, primeiramente, ler todo o documento para observar os dados mais importantes de cada reunião. Com esses dados levantados, o segundo passo foi selecionar as fontes que interessavam ao nosso trabalho.
O interesse maior desta pesquisa está na forma em que foi estruturado o movimento, o interesse de casais e sacerdotes em expandi-lo e, também, a relação entre casais e sacerdotes onde demonstram uma necessidade de união.
A análise dos documentos é fundamental, pois a partir deles é que se pode abordar dados importantes para a pesquisa. Como podemos observar:
“Embora pouco explorada não só na área de educação como em outras áreas de ação social, a análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema”. (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.38)
Guba e Lincon relatam, também, a importância do estudo dos documentos:
“(…) apresentam uma série de vantagens para o uso de documentos na pesquisa ou na avaliação educacional. Em primeiro lugar destacam o fato de que os documentos constituem uma fonte estável e rica. Persistindo ao longo do tempo, os documentos podem ser consultados várias vezes e inclusive servir de base a diferentes estudos, o que dá mais estabilidade aos resultados obtidos.”. (id, ibid p. 39)
Nas atas analisadas, obtivemos oportunidades de obter informações que podem ser contextualizadas, o que possibilita a interpretação de determinados dados como, as dificuldades tanto na expansão do encontro como no recrutamento de novos casais e a aceitação de determinados integrantes na coordenação, por determinados grupos.
Lüdke e André (1986), apresentam o valor do documento onde podem ser comprovadas evidências que estruturam a pesquisa:
“Os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador. Representam ainda uma fonte ‘natural’ de informação. Não são apenas umas fontes de informação contextualizadas, mas surgem num determinado contexto e fornecem informações sobre esse mesmo contexto”. (id, ibid p. 39)
No estudo do livro “Ata das Reuniões da Coordenação do Encontro Matrimonial”, constatou-se que estas foram iniciadas no dia 30 de agosto de 1978, e a última reunião, anotada em livro-ata, foi a do dia 14 de março de 1992.
A ata de 1978 indica que os casais presentes são: Carlos e Tereza Cury, Bruno e Davina Kiszka, Padre José Bugatti, José e Lucimar Bortoli, Raul e Míriam Sozim, Heitor e Jacira Machado, Nelson e There Stremel, Ariel e Karin Helena Bach, Osmar e Mirley Ruchel, Sidney e Verônica Karam, Ludovico e Nara Hoeldtke, Edson e Bernadete Chiarello, Rubens e Helena Füstemberg, Humberto e Arlete Bevervanso, Agenor e Eliane Andrade, Dagoberto e Vera Silva, sendo que este último presidiu a reunião.
Esta reunião tinha como objetivo passar o cargo de coordenação do casal Dagoberto e Vera para o casal Carlos e Tereza Cury, que por sua vez passou o cargo de Coordenação do Encontro ao casal Heitor e Jacira; para a Coordenação do Pré-Encontro foi nomeado o casal Rubens e Helena, e Pós-Encontro para o casal Raul e Míriam. O casal Coordenador Nacional Bruno e Davina, em nome do Pe. Jonh Patrick Kennington, deram posse ao cargo de Coordenador Espiritual ao Pe. José Bugatti.
Os novos casais coordenadores fizeram o uso da palavra, de acordo com o registrado:
“(…), conclamando a máxima união entre todos os casais, dizendo que só muito amor, dedicação, desprendimento e espírito de unidade possibilitarão que o Encontro Matrimonial atinja a todos os objetivos a que se propõe dentro da família, da sociedade e da Igreja. (…) Padre Bugatti, como coordenador espiritual, agradeceu dizendo dos sentimentos que o ligam intimamente ao Encontro Matrimonial e do motivo pelo qual as técnicas e coisas do Encontro o atraíram e o tornaram convicto a respeito realidade dos fins de semana; disse também que é indispensável que todos os casais vivenciem sempre o que pregam no fim de semana, pois só assim se pode manter a unidade e indissolubilidade do Encontro Matrimonial”. (Ata n01/78, p. 1 e 1v)
Na reunião do dia 13 de outubro de 1978, entre outros assuntos, foi discutida a idéia de que o Encontro precisava ter um maior entrosamento com as paróquias, visando obter um apostolado mais intensivo. Para isso decidiram que a partir daquele momento nas fichas de inscrições constaria o nome da paróquia de cada casal participante, já que até aquele momento isso não vinha ocorrendo. Foi decidido, também, que a partir da próxima reunião os casais coordenadores pagariam mensalidades para auxiliar nas despesas do Profundo, quando realizada fora de Ponta Grossa. (Ata n 03/78, p5 e v).
De acordo com o livro Ata pode-se observar, que Curitiba fazia parte da extensão de Ponta Grossa, em 1979:
“(…), ficou estabelecido que será consultado o casal Agenor e Eliane para coordenar a parte de Renovação em Curitiba”. (Ata nº4/79, pág.6). “Foi aceita e aprovada a sugestão de Curitiba no sentido que o material seja confeccionado em Ponta Grossa, o que sairá por um custo menor, e, posteriormente, repassado para Curitiba. (Ata n6/79, p. 8) “Inicialmente foram feitas as escalas para os encontros em Ponta Grossa e Curitiba.(…).” (Ata n7/79, p.8v)
Foi decidido na reunião da coordenação que o Pe. José Bugatti faria o Cadre, que seria realizado em Lima, no Peru, no mês de abril:
“Após um prolongado debate os casais presentes concluíram que havia a necessidade de que fosse enviado o Pe. José Bugatti para participar do Cadre (…). O envio de mais um padre se faz necessário por existir apenas um sacerdote com o Cadre, o que realmente é muito pouco, pois não possibilita uma alternativa no caso de um eventual impedimento quando da realização de um Mais Profundo”. (Ata n5/79, p. 7 e v.)
Em agosto de 1979, foi estruturada a primeira coordenação de Jundiaí S.P., sob a orientação da Regional (Diocese) de Ponta Grossa:
“Foi igualmente apresentada a composição da primeira Coordenação Regional de Jundiaí, formada pelos casais Edmundo e Vera Fealdi (coordenador executivo); Cissinio e Willa Priccolo (pré-encontro); Luíz e Olga Rodrigues (secretária); Antonio e Dulce Henrique (tesouraria); Luiz e Francisca Melato (encontro); Vicente e Terezinha Lotierzo (pós-encontro); ficou igualmente estabelecido que as finanças arrecadadas permaneceriam em Jundiaí e que, a partir de agora, arcará com as despesas relativas às atividades do movimento. Tudo isto será feito em perfeita harmonia com a Coordenação Nacional e com a Regional de Ponta Grossa”. (Ata n10/79, p.11)
Sob a coordenação do casal Carlos e Tereza Cury, foram estabelecidos novos critérios para o processo de escolha dos novos coordenadores:
“(…), a eleição, digo, serão feitas três eleições, em três executivos consecutivos dos casais; será elaborada uma lista tríplice com três nomes a serem submetidos à apreciação do Excelentíssimo Senhor bispo Diocesano”. (Ata n9/79, p. 10). “(…) Para o bom desempenho da escolha desta lista foram aprovados alguns critérios: 1- A eleição será no dia 13 (treze de agosto próximo); 2- A eleição nesta data será apenas a formação da lista tríplice para a escolha do coordenador executivo; 3- Poderão votar e serem votados todos os casais equipe de Ponta Grossa que já tenham trabalhado em fins de semana; 4- Serão feitas três votações sucessivas e de cada uma delas será considerado eleito o casal que obtiver maioria simples dos votos; 5- em caso de empate, far-se-á uma nova votação para o desempate; 6- A votação será feita por casal e não individualmente; 7- O casal eleito não poderá ser votado nas votações seguintes; 8- Antes de cada votação, dar-se-ão 5 minutos para que os casais possam dialogar a respeito dos nomes a serem sufragados; 9- É assegurado o voto ao cônjuge presente, cujo esposo ou esposa não tenha podido comparecer; 10- Os casais ausentes poderão ser votados; 11- Ao sacerdote cabe apenas o direito de voto; 12- Na”. Elaboração da lista tríplice para apresentação ao Exmo. Sr. Bispo a colocação dos nomes será feita em ordem alfabética; 13- Finalmente a escolha do coordenador espiritual será feita de comum acordo entre o casal nomeado executivo e Exmo. Sr. Bispo Diocesano. Após a discussão destes critérios, foi proposta a data de 27 de agosto próximo para a reunião de casais equipes em que serão eleitos os demais coordenadores (pré-encontro, encontro e pós-encontro)”. (Ata n10/79, p. 12 e v.)
Na primeira votação, foi escolhidos o casal Rubens e Helena Füstemberg; na segunda ficou o casal José e Lucimar Bortolli; já na terceira e última votação foi escolhido o casal Heitor e Jacira P. Machado. (Ata s/n/79, p.13 e v.) Na reunião do dia 20 de agosto de 1979, ficou registrada a escolha do Bispo D. Geraldo, que indicou e nomeou o casal José e Lucimar de Bortolli que aceitaram “com alegria e humildade” a indicação. O Bispo afirmou reconsiderar por ser uma graça divina, pedindo à todos unidade. Propôs ainda, que procurassem envidar todos os esforços no sentido de uma perfeita harmonia com todos os participantes do movimento de Ponta Grossa e com as demais regionais. (Ata s/n/79, p.15 e v.) Porém, na reunião de 03 de setembro de 79, houve uma nova eleição, pelo fato de que o casal escolhido por D. Geraldo desistiu da coordenação:
“(…), que de imediato expuseram o motivo da reunião, ou seja, a eleição do casal coordenador executivo, tendo em vista a desistência do casal José e Lucimar de Bortolli, anteriormente nomeado pelo Exmo. Sr. Bispo”. (Ata s/nº, pág. 16).
Nesta mesma reunião foram escolhidos os novos Coordenadores Executivos Rubens e Helena Füstemberg e como Coordenador Espiritual Pe. Sílvio Mocelim; a posse foi celebrada na Catedral, pelo Bispo D. Geraldo no dia 06 de setembro de 1979. (Ata s/n/79, p17v)
A nova coordenação ficou estruturada como casal Coordenador do Pré-Encontro – Heitor e Jacira Machado; para Coordenador do Encontro – Ariel e Karin Helena Bach, e para coordenador do Pós-Encontro – Carlos Alberto e Tereza Cury. Ficou estabelecido, também, que seriam criados mais dois cargos de coordenação, o de Coordenador Financeiro – Nelson e Maia Thereza Stremel; e coordenador de secretaria José Carlos e Karime Loyola. (Ata s/n/79, p.18). Foi decido, nesta reunião, a possibilidade de festejar o dia 10 de outubro (10/10), data esta, considerada internacionalmente, e que até este momento não havia sido objeto de comemoração no Brasil, como dia do Encontro Matrimonial. (Ata s/n/79, p.18v)
Consta neste documento que até esta data, 04 de setembro de 1979, a expansão nacional do Encontro Matrimonial estava sob os cuidados da Regional (Diocese) de Ponta Grossa:
“(…), o casal coordenador executivo propôs passar a expansão nacional do Encontro Matrimonial para a Coordenação Nacional, incluindo no caso as cidades de Campo Grande, São Paulo e Jundiaí. Os demais membros concordaram que Ponta Grossa não deve assumir mais compromissos com a expansão, mas deverá permanecer atendendo Jundiaí, São Paulo e Curitiba”. (Ata s/n/79, p.21)
No dia 28 de outubro de 1980, foi realizada a eleição da nova Coordenação Regional (Diocesana) de Ponta Grossa. O casal eleito depois da terceira tentativa, para Coordenador Executivo foi Walter e Maria da Graça; para a Coordenação Espiritual Frei Daniel Heinzen; para a Tesouraria o casal Roberto e Maria Emília; para a Secretaria o casal José Carlos e Karime; para o Pré-Encontro o casal Rodolfo e Eli; para o Encontro Sidney e Verônica; para o Pós-Encontro o casal José e Lucimar; e finalmente para programas diversos o casal Heitor e Jacira. A posse da nova coordenação foi realizada no dia dois de novembro de 1980. (Ata n18/80, p.41 a 42v)
Na reunião realizada no dia 7 de janeiro de 1981, foi relatado pelo casal coordenador Walter e Maria da Graça aos demais, que o casal Rubens e Helena e o Padre José Bugatti, foram convidados pela Nacional para participarem da Reunião Latino-Americana realizada no México. (Ata n 3/81, p.46v)
Em maio de 1982, o Bispo decide que cada movimento tenha dois Coordenadores Espirituais. A partir desse pedido o Encontro passa a ter o como Coordenador Espiritual o Pe. José Bugatti e como auxiliar o Pe. Franco. (Ata n 6/82, p.57v)
Nesse período, iniciam-se as dificuldades no recrutamento, isto é, no Pré-Encontro e também no Pós-Encontro:
“No Pré-Encontro o casal coordenador, Alberoni e Janete pediu que fosse confirmado se o próximo encontro será mesmo realizado. (…) Quanto às inscrições para o referido fim de semana, já existe 11 fichas confirmadas, havendo a possibilidade de recrutar outro tanto. (…) Pós-Encontro não têm nenhuma comunidade funcionando em virtude de muitas dificuldades, inclusive, na paróquia Bom Jesus, não compareceu nenhum casal à reunião programada”. (Ata n 7/82, p.58)
Na Assembléia Geral realizada no dia oito de novembro de 1982, foi eleito o novo casal Coordenador da Regional de Ponta Grossa, Rodolfo e Eli Pachenda e como Coordenador Espiritual o Frei Emídio. Já na segunda reunião, lançar-se o desafio para a Regional (Diocese); deve-se “arrumar a casa”, mostrando aos casais que se não se esforçarem a Regional (Diocese) de Ponta Grossa poderá se tornar “sub regional de Curitiba”. Nesta mesma reunião, os casais coordenadores relatam os seus projetos para o melhor andamento do Encontro. (Ata n 12/82, p.60v)
Os casais José e Lucimar de Bortoli, Ludovico e Nara, Ariel e Karim, Benzo e Lucimar e Pe. Sílvio entregam a coordenação, alegando falta de sigilo. (Ata n16/83, p.64v)
Na Assembléia Geral, realizada no dia 15 de novembro de 1983, foi realizada a eleição do novo casal coordenador. O casal Roberto e Maria Emília e Frei Daniel foram os escolhidos. (Ata n 18/83, p. 65). Na reunião realizada no dia 27 de janeiro de 1984, os casais coordenadores relatam o que pretendem realizar em suas gestões, como o Pós-Encontro para o qual se sugere que as reuniões do processo-ponte sejam divididas, para não ficarem longas; o Pré-Encontro relata a dificuldade de recrutamento e solicita o empenho da equipe. Nesta mesma reunião, Padre Jack incentiva a criação do Curso de Noivos do Encontro Matrimonial. Helena Füstemberg comenta sobre Padre Camacho, que trabalhava, nesse período, em Chimbot, no Peru. Conta à experiência do sacerdote no programa de renovação paroquial, aproveitando todos os carismas da Igreja, procurando a unidade em termos mais amplos de todos os movimentos, e que ele continua ativamente no Encontro Matrimonial, pois o Encontro é sua vida. (Ata n 19/84, p. 65v e 66)
Na reunião realizada no dia cinco de abril de 1984, foi aberta a possibilidade de expandir o Encontro para a cidade de Bandeirantes (Paraná) sob a coordenação da Regional (Diocese) de Ponta Grossa:
“Colocado também a possibilidade da abertura do Encontro Matrimonial Bandeirantes conforme seguidas solicitações do Frei Avadi, sendo que esta ficou pela Nacional que seja dependente de Ponta Grossa, não podendo se desligar como uma regional. Sendo combinado visita para Bandeirantes na primeira oportunidade pelo Coordenador Regional Roberto e Maria Emília para verificação da possibilidade exposta com apoio dos casais presentes”. (Ata n 20/84, p. 67v)
Na Assembléia realizada no dia 12 de novembro de 1984, deu-se a eleição do casal Coordenador Regional (Diocesana), sendo que foram eleitos Rubens e Helena Füstemberg, que por fim escolheram o Pe. José Bugatti para Coordenador Espiritual. (Ata n 24/84, p.70v)
Na primeira reunião realizada por esta coordenação, consta o acompanhamento da expansão de Bandeirantes:
“(…), o casal Coordenador comunicou o recebimento de telefonema de Bandeirantes, apresentando duas datas durante o ano para a realização de dois fins de semana naquela cidade. Consultados os casais, houve aprovação da continuidade de atendimento a Bandeirantes, devendo a Coordenação consultar sacerdotes e casais que poderão trabalhar nas datas apresentadas”. (Ata n 01/85, p.72 e v)
No dia 30 de agosto de 1985, foi feita uma leitura na reunião sobre o entusiasmo do Frei Benedito e o relato do Padre Sérgio, os quais participaram do Encontro:
“Iniciada a reunião, o casal Coordenador Regional leu a correspondência do Frei Benedito, estreante do último F.D.S .(Fim de Semana) e que exerce seu sacerdócio em Irati, contando seus sentimentos após o F.D.S. e de quanto foi válida sua participação naquele F.D.S. tanto para si mesmo como para seu trabalho na comunidade.(…) Falou, a seguir, o Pe. Sérgio, recém saído do Profundo, o qual se declarou entusiasmado e com muita vontade de estrear em um fim de semana”. (Ata n 5/85, p.75v)
A partir do ano de 1985, as Coordenações da Nacional e das Regionais (Dioceses) passaram a ter a duração de dois anos. Sendo na eleição de 12 de novembro de 1985, foram novamente escolhidos o casal Rubens e Helena juntamente com Padre Vitório. Nesta mesma Assembléia estava o Coordenador Eclesial da Nacional – Padre Bugatti, o qual incentiva a Regional de Ponta Grossa a continuar o seu trabalho, pelo fato de que foi a partir desta cidade que o Diálogo se desenvolveu no Brasil. (Ata n 6/85, p.76 a 77)
Consta em ata, nas reuniões do dia 15 de maio e 23 de junho de 1986, a comemoração do 10º ano do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa:
“(…) o casal do pós-encontro incentivou todos a participar e a convidar outros casais para o jantar dançante comemorativo aos 10 anos do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa; para tal foram confeccionados 150 cartões convite a serem vendidos a CZ$ 120,00 (cento e vinte cruzados) cada. O sucesso da promoção dependerá do entusiasmo e de todos nós”. (Ata n 2/86, p.79v)
“Deverá ser registrado em Ata um voto de louvor e agradecimento ao casal Rodolfo e Eli pelo sucesso do jantar dançante comemorativo aos 10 anos do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa. A missa de agradecimento pelos 10 anos será dia 28 de junho às 19 horas no salão nobre do Colégio Sant’Ana”. (Ata n3, p.80v)
Na Assembléia realizada no dia 28 de novembro de 1986, deu-se à votação dos casais Coordenadores da Regional, os escolhidos foram Rodolfo e Eli, juntamente com o Frei Daniel. (Ata s/n/86, p.83v,84)
Nesta gestão houve a expansão da Regional (Diocese) de Ponta Grossa, juntamente com Florianópolis e Curitiba para Campo Grande, e assumiriam posteriormente a expansão de Porto Alegre. (Ata n 2/87, p.86)
No dia 10 de agosto de 1987, foi realizada uma reunião para tratar da nomeação de candidatos à Coordenação Nacional:
“Rodolfo e Eli deram o nome de casais desta regional com condições a serem votados e que são Nelson e There, José Carlos e Karime e Rubens e Heleninha e dos sacerdotes Frei Daniel, Padre Franco e Frei Benedito. Frei Daniel e Padre Franco aceitaram e Rubens e Heleninha também. Em seguida se estudou um modo de fazer essa nomeação e os presentes preferiram fazê-la em viva voz. Foram nomeados os casais Rubens e Heleninha desta regional e os casais João Carlos e Célia, João Batista e Maria do Carmo e Bosco e Eunides de outras regionais e os sacerdotes Frei Daniel e Padre Franco desta Regional e Padre Penalva, Padre Hugo, Padre Lambert, Frei Luís Witiuk, Frei Alcides e Padre Alberto de outras regionais. (Ata n 4/87, p.90v)
Sendo que desta eleição da nova Coordenação Nacional foram eleitos Rubens e Helena e Frei Daniel, para a alegria da Regional (Diocese) de Ponta Grossa, “que tanto admira a dedicação dos três pelo Encontro Matrimonial”. (Ata n 5/87, p.91)
Na Assembléia Geral realizada no dia 24 de novembro de 1987, foi realizada a nova eleição para Coordenação da Regional. Desta vez foram adotados novos critérios de escolha, definindo-se o voto individual (dois votos: marido e esposa) e não por sacramento (um voto por casal e um voto por sacerdote). Em seguida, foi lançada uma pergunta: “Quais as duas necessidades atuais mais urgentes em nossa comunidade? Como me sinto diante da possibilidade de servir à Igreja através de uma nova missão dentro do Encontro Matrimonial” Depois dos compartilhares (o casal dialogava entre si para decidir sobre a votação) foi feita a votação, sendo que os escolhidos foram Pedro e Sueli. A eleição para os sacerdotes recaiu sobre o Pe. Franco e o Pe. José, sendo que o último foi escolhido pelo casal Pedro e Sueli o Pe. Franco para Coordenador Espiritual. (Ata s/n/89, p. 94 a 95)
Em uma das reuniões realizadas nesta gestão, foram estudados os preparativos para a ida dos casais a Curitiba para a primeira Convenção Nacional, que era um dos grandes sonhos do casal Coordenador Nacional Rubens e Helena. (Ata s/n/89, pág.104v)
Na reunião da Coordenação Regional (Diocesana), realizada no dia 12 de novembro de 1989, foram eleitos, os novos Coordenadores da Regional (Diocese), que assumem pelo período de dois anos. Seguindo os critérios da eleição anterior, fizeram-se perguntas para que os casais, entre si, definissem a indicação dos nomes. Logo após, o casal Coordenador Nacional, Diego e Claudia, passam para etapa de nomeação de candidatos. Entre os casais, foi escolhido, novamente, o casal Rubens e Helena. E em seguida foi feitas a nomeação e escolha do sacerdote que comporia a Equipe Eclesial, sendo escolhido por aclamação Padre José Bugatti. (Ata s/n89, p106v)
Não consta em ata a reunião geral para a escolha da nova Coordenação, consta a primeira reunião realizada no dia oito de fevereiro de 1992, feita pela nova Coordenação Regional (Diocesana) Benedito e Regina e Padre Franco. (Ata n 1/92, p.108v)
Tendo como base os estudos feitos sobre as atas no período de 1978 a 1992, observam-se alguns dados importantes que merecem ser destacados.
O Movimento é baseado no relacionamento do casal, do sacerdote e da religiosa com a comunidade. E os membros que atuam são pessoas que se sentiram “chamados” a participar do Encontro Matrimonial. Desta forma, casais, sacerdotes e religiosas, se reúnem para decidir o que for melhor para o movimento, desde seu fortalecimento (maior unidade), bem como, uma maior aproximação com as paróquias, visando a continuidade de participação dos casais que fizeram o FDS para que participem ativamente de suas paróquias.
De acordo com a análise das atas, pode ser observada toda a estrutura do movimento, a forma como é realizada a escolha da coordenação do encontro e de seus pilares, isto é, das equipes de trabalho. Mostra, também, a expansão do Encontro Matrimonial para outras cidades, comprovando que foi a partir de Ponta Grossa que o movimento se expandiu no Brasil.
Capítulo IV
A trajetória do Encontro Matrimonial no Brasil:
As lembranças dos casais participantes.
Com o objetivo de obter informações que enriqueçam a investigação proposta, foram realizadas entrevistas com cinco casais e com a professora Helena Füstemberg. As entrevistas se desenvolveram de forma espontânea, apenas com breves interferências do entrevistador. Depois de transcritas as entrevistas, os casais puderam revisar o que declararam e todos permitiram a divulgação do material.
As entrevistas realizadas e os depoimentos prestados por alguns casais que fizeram o Encontro Matrimonial têm como objetivo deixar arquivadas as experiências vividas por esses participantes, registrando a importância que o Encontro Matrimonial significa na vida deles e de outros casais que participaram.
O Encontro Matrimonial possibilitou grandes mudanças e um enriquecimento muito importante na vida dos casais e consequentemente na família dos mesmos. Nas entrevistas podem ser observadas a “paixão” que os casais demonstram pelo Encontro e a realização de sentirem-se pertencentes a uma grande família a “Família do Encontro Matrimonial”. Observa-se, também, a doação desses casais em relação ao evento, não medindo esforços para fazer o necessário para que a família do Encontro cresça cada vez mais. Os casais têm um sonho: que através do bom relacionamento do casal, se possa “transformar o mundo”.
O casal Nelson e Thereza Stremel (mais conhecida como There), participou do primeiro Encontro Matrimonial realizado em Ponta Grossa, nos dias 24, 25 e 26 de julho de 1976. Para o casal esse Fim de Semana, foi um momento de que eles não esquecem e que puderam conhecer-se melhor e recomeçar uma nova vida, como relembra o casal:
“Fizemos o nosso primeiro Encontro Matrimonial (…), a partir desse encontro começamos uma nova vida, pois aprendemos a demonstrar mais o amor que tínhamos um pelo outro, aprendemos a confiar mais, e a conversarmos sobre nossos sentimentos”. (Entrevista concedida em julho de 1999, Matinhos Pr)
Pode-se perceber pelo relato que o amor que o casal tinha e ainda tem um pelo outro, não ficou reservado só para eles e seus filhos. Dispuseram-se a abrir seu coração para levar a outros casais toda a felicidade que conquistaram. A força de vontade deles e de outros casais do Encontro fez com que enfrentassem todas as dificuldades de iniciar um Movimento. Eles não mediram esforços, sacrificaram fins de semana, férias e momentos de lazer com seus filhos. Mesmo com todas as dificuldades, não se arrependem de tudo que fizeram pelo Encontro Matrimonial. Podemos observar a dedicação do casal nesse compartilhar:
“O início foi difícil, pois éramos somente sete casais de Ponta Grossa e alguns de fora, mas foram escolhidos quatro casais para fazer o profundo e nós estávamos entre eles, mas sentimos muitas dificuldades, mas contávamos com o apoio do Pe. Jack, o qual nos indicou para sermos casal Coordenador. E assim começou a nossa luta, escrevendo palestras, orientando outros casais, trabalhando em FDS, pois, fizemos o Profundo em setembro e já trabalhamos em novembro, no ano seguinte trabalhamos em nove FDS. E com a ânsia de levar essa riqueza para outros casais começamos a expansão para outras cidades e para isso tínhamos que constantemente estar viajando. Nós participamos de 74 FDS sendo que, 50 em Ponta Grossa, 2 em Londrina, 10 em Curitiba, 1 no Rio de Janeiro, 1 em Bandeirantes, 3 em Florianópolis, 1 em Belo Horizonte, 2 em Jundiaí, 2 em Parintins, 1 em Manaus e 1 em São Paulo. E todos esses anos demos muito do nosso amor e do nosso tempo aos casais, mas também recebemos muito em troca, e foi muito bom na convivência com nossos filhos que estavam na adolescência, e com o Diálogo nós passamos a compreendê-los melhor, e tivemos também muito apoio da parte deles e Deus nos recompensou dando-nos uma família maravilhosa com os genros, noras que chegaram para enriquecê-la e os netos e netas a quem tanto amamos”. (id, ibid)
O casal Dagoberto e Vera da Silva participou do segundo Encontro Matrimonial, em agosto de 1976. Logo em seguida foram convidados pelo Pe. Jack a integrar a equipe de dirigentes do Encontro. Desde então, o casal foi importante representante do Encontro Matrimonial até os dias de hoje, onde tiveram que se afastar do encontro por motivos particulares. Hoje o casal contempla com orgulho o caminho já percorrido através de um valioso trabalho, tanto para o se próprio crescimento como em prol do bem de centenas de outros casais.
É, com emoção que relembram os acontecimentos marcantes da trajetória, como conta Dagoberto:
“Era um sábado de manhã, morávamos num barracão perto do cemitério municipal, ficou na memória. Pe. Jack chegou e disse que ia ter uma noite de informação para o próximo Encontro, já era o terceiro de Ponta Grossa, e ele queria que nós déssemos a palestra. Fazia quinze dias que tínhamos saído do nosso Fim de Semana, com algumas palestras em espanhol. Ficamos nervosos. A Vera aceitou no momento, mas depois fez uma choradeira: ela dizia: ‘o que vamos falar?’ E o Pe. Jack falou: ‘contem a vida de vocês; falem o que aconteceu depois do Encontro’. Com tanto incentivo acabamos aceitando. Escrevemos no caderno mesmo, até hoje não mudou nada. Ainda ontem, mexendo nos papéis, achei a nossa primeira noite de informação, não mudou nada o padrão é o mesmo. Já existia o bosquejo, só que nós tivemos que escrever sozinhos. À noite quando chegamos na Igreja São José, o salãozinho no porão estava lotado, tinha mais de quarenta casais. As pernas tremiam, estávamos nervosos, pois nós não tínhamos ainda”. Falado em público.” (Entrevista concedida em junho de 1999, Ponta Grossa)
A urgência de líderes era grande e o casal começou a atuar como dirigente, a partir do terceiro Encontro em Londrina, em novembro de 1976 e no quinto em Ponta Grossa, em dezembro de 1976. Logo após, o segundo Encontro em Ponta Grossa, aconteceu o Mais Profundo em Curitiba, e assim os Encontros foram aumentando cada vez mais, relembra Dagoberto:
“No Mais Profundo teve casais que vieram de diversas partes do mundo. Foi realizado no clube Santa Maria em Curitiba. Foram quatro casais de Ponta Grossa Nelson e There Stremel, Nivaldo e Alindarcy Bail, Humberto e Arlete Bevervanso e nós. Éramos só quatro casais, então trabalhávamos todos os meses. Na verdade a cada quinze dias tínhamos um Encontro. Um aqui, outro em Curitiba e em Londrina também. Era três frentes para quatro casais. No primeiro ano do Encontro de 1976 a 1977, era um sufoco. Depois começaram aparecer outros casais e formaram novos grupos. Nós ainda fazíamos a noite de informação em Curitiba e Telêmaco Borba. Outro fato interessante, é que a escolha de casais para formar a equipe de dirigentes era feita no próprio Fim de Semana. Era muito difícil conseguir dirigentes, como é difícil também recrutar casais para participar dos Encontros, nunca foi tarefa fácil. Antes parece que os casais eram interessados em melhorar o relacionamento.(…) No ano de 1977, participamos da Convenção Internacional do Encontro Matrimonial, representando o Brasil. A Convenção foi em Los Angeles, no Coliseu, temos algumas fotos deste acontecimento. Tinha 10.000 casais na abertura do Congresso, isto porque só cabia 10.000, e a entrada do estádio travava automaticamente. No encerramento tiveram uma missa com 35.000 casais, 860 padres, 12 bispos e 7 arcebispos. Foi emocionante. Antes teve um desfile, onde cada casal coordenador levava uma faixa de seu país e ia acompanhando o padre. Estavam lá também Acácio e Welma de Belo Horizonte.” (id, ibid)
Algumas palestras dos primeiros encontros aconteciam em inglês e em espanhol. Só a partir do 8º Encontro que passaram a ser totalmente em português. Mas mesmo assim, a mensagem atingia o seu objetivo, conforme explica Dagoberto:
“O olhar do casal que estava dando a palestra transmitia muito mais do que as palavras. O comportamento, as atitudes faziam com que entendêssemos e sentíssemos os sentimentos deles. Eles conseguiam transmitir, por que no começo era muito usado o não-verbal. Depois começaram a criticar aquele negócio de olhar um para o outro, achando que era exagero. Mas não era, mas apenas a forma de compartilhar sentimentos”. (id, ibid)
Dagoberto e Vera foram fazer o Encontro mais por questão de amizade e estão participando há 23 anos, relembrando:
“O coronel Orlando Carvalho de Paula, nosso amigo, nos convidou e disse que íamos gostar. Ele até brincou dizendo que: ‘O encontro era feito para nós’. Achávamos que o nosso casamento era bom, mas quanta coisa faltava aprender ainda sobre o bom relacionamento. Acho que o fundamental do Diálogo é a decisão de amar e o poder da cura que o casal tem. O grande poder que o Diálogo nos dá, é que, aprendemos que brigar, cair e levantar faz parte da vida. É muito importante tomar a decisão de ceder, de perdoar que é também um ato de amor. Só recebemos coisa boa do Diálogo. É isso que queremos para outros casais, que descubram a vantagem que o Diálogo traz para o casal”. (id, ibid)
Dagoberto e Vera têm seis filhos e seis netos. O casal percebe que, na realidade, os grandes beneficiados do Encontro Matrimonial são os filhos. Assim, orgulhoso, relata Dagoberto:
“Outra coisa que não posso deixar de falar é o nosso relacionamento com nossos filhos. Hoje, nós nos realizamos em nossa família. Nós nunca tivemos problemas com nossos filhos com drogas, e demos liberdade, não sou linha dura. Os problemas que tivemos sempre foram fáceis de enfrentar pela liberdade que eles tinham para conversar e discutir, pois nossos filhos confiam em nós. Os filhos que nasceram depois do encontro têm um carisma especial, são mais amorosos e mais ligados a nós, não que os outros não sejam, São também. Mas nos dois dá para sentir o efeito do Diálogo em suas vidas. Agora já estamos em outra etapa que são os netos. Eles já estão convivendo nesse ambiente de diálogo. É isso que queremos para outros casais, um ambiente de felicidade”. (id, ibid)
Vera, com sua forma meiga de se expressar, fala com muita felicidade sobre a sua família:
“A gente vê nos filhos o tratamento entre eles, a unidade da família que é muito importante hoje em dia. Graças a Deus a gente consegue mantê-los sempre unidos, zelando um pelo outro. Se o casal dá o amor e o perdão um para com o outro, eles têm a liberdade de chegar para os filhos para conversar. Você dialoga com seu marido, a base de sentimentos, então você também consegue ter uma proximidade maior com os filhos. Um fato interessante é que nossos filhos percebem o quanto é importante participarmos do Encontro Matrimonial, pois, quando queremos parar de participar das reuniões, eles nos incentivam, e isso é muito importante para nós”. (id, ibid)
Pelos depoimentos, percebe-se que Dagoberto e Vera estão firmes na equipe de dirigentes, com a agenda comprometida e sempre disposta a falar desse presente maravilhoso, como concluiu Dagoberto:
“Quando o casal Gonçalo e Bertha dirigiu o Fim de Semana aqui, disseram que era um presente de amor que nós estávamos nos dando. E isso ficou marcado em nossa vida. Realmente foi um presente de amor que nós demos para nós. Foi algo inexplicável, presente como este não tem igual”. (id, ibid)
Como podemos observar no depoimento do casal Dagoberto e Vera, outros casais obtiveram muitos frutos ao fazerem o Fim de Semana do Encontro Matrimonial, e fez do Encontro o alicerce da sua família.
A convite de seus padrinhos de casamento, Ney e Silvia Marçal, o casal Nivaldo e Alindarcy Degraf Bail fizeram o Encontro Matrimonial em agosto de 1976. Em setembro do mesmo ano fizeram o Mais Profundo em Curitiba e, no mês seguinte, já começaram a atuar como casal dirigente no terceiro Encontro em Ponta Grossa.
Entretanto, em função da atividade profissional de Nivaldo, faltava-lhe tempo para continuar preparando as palestras, o que os levou a afastar-se do Encontro. Alindarcy continuou por algum tempo colaborando na preparação do local para a realização do Fim de Semana, depois foram se afastando. Ela conta que:
“Agora, nos últimos 2 anos sempre que tem um encontro, os casais telefonam pedindo a vigília de oração. Então escolhemos um horário que o Nivaldo e eu podemos ir juntos na Igreja Coração de Jesus e fazemos uma adoração ou participamos de uma missa”. (Entrevista concedida pelo casal Nivaldo e Alindarcy em julho de 1999, Ponta Grossa)
Embora afastados do Encontro, Alindarcy tem em mente os benefícios que o diálogo trouxe para a sua família:
“O Encontro representou tudo para nós. Tínhamos seis anos de casados, com seis anos a gente não passou por nada ainda. Como dizem os padres, a crise no casamento começa aos 7 ou 12 anos de casados. Então o Encontro veio em boa hora, deu orientação. Ao fazermos as palestras fomos amadurecendo, fomos nos preparando para a vida, para aquelas complicações que viriam mais tarde. Para nós o Encontro foi fundamental. E ajudou também na formação de nossos filhos”. (id, ibid)
O Encontro Matrimonial trouxe também uma duradoura e sincera amizade, como relembra Alindarcy:
“O Pe. Jack era ótimo. Era de dentro de nossa casa. Ele trouxe o Encontro para cá. É pessoa de Deus para o povo. Quando ele começou fazer o Diálogo aqui, nós fomos as primeiras pessoas que ficaram com ele. As duas vezes que ele veio ao Brasil, depois que foi para os Estados Unidos, veio nos visitar e saia fazer visitas com o meu carro. Quando ele veio a primeira vez, disse que estava limitado, já que o carro da paróquia era muito usado pelos padres. Então o Nivaldo disse que ele poderia usar o meu carro, o que deixou contente, com seus olhos, um azul e outro castanho, brilhando. A segunda vez que ele veio não esperei que ele pedisse, ofereci logo o carro e ele aceitou prontamente. Ele gostava de visitar os padres e amigos de Telêmaco Boba, Curitiba e Matinhos”. (id, ibid)
Todo ano Nivaldo e Alindarcy recebiam um cartão de Natal do Pe. Jack que raramente se estendia além dos votos de felicitações. Mas, em dezembro de 1996, receberam uma cartinha, na qual o Padre relatava a agonia da luta contra o câncer, o que deixou a família Bail muito aborrecida. Alindarcy chorou muito ao ler a notícia. Conta que fez muitas orações e pediu para que os amigos realizassem uma corrente de oração. E qual não foi à surpresa e alegria ao receber no Natal em 1997, um cartão do Pe. Jack dizendo que se sentia completamente curado.
Rubens e Helena Füstemberg (carinhosamente chamada pelos amigos de Heleninha), formavam um dos casais mais atuantes na trajetória do Encontro Matrimonial em Ponta Grossa até 1995, quando num trágico acidente de carro (07/07/95) Rubens veio a falecer, deixando a família do Diálogo de todo o Brasil em desalento.
Era o único casal da Regional (Diocese) de Ponta Grossa que podia ministrar o Profundo (o único casal que fizera o Cadre), e estavam sempre prontos a colaborar com quem deles precisasse. Mesmo quando o Encontro Matrimonial esteve inativo por dois anos em Ponta Grossa, eles continuaram viajando a convite de outras cidades para dar palestras nos FDS e para Encontros de Líderes – Padrão de Comportamento. O amor do casal se estendeu por todo o Brasil. Podemos citar algumas cidades como: Curitiba, Florianópolis, Jundiaí, Bahia, São Paulo, Manaus, Parintins…; e alguns países como: Chile, Peru, México, Paraguai, Uruguai, Colômbia. Como podemos observar, eles não economizaram esforços em sua atuação. Não se conformavam com o término do Encontro em Ponta Grossa. Na retomada das reuniões dos casais-equipes, Rubens não aceitava apenas a realização de reuniões, e afirmava:
“Não adianta ficar só nas reuniões, temos que partir para aquilo que a gente quer”. (Rubens Füstemberg)
Rubens era um excelente marido, pai, amigo e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Sempre alegre, atencioso, sensível e sincero com sua legião de amigos. O casal era tido como exemplo para muitos casais e era admirado por todos e em todos os lugares. Helena atribui a felicidade que teve em seu relacionamento com o Rubens ao Encontro Matrimonial:
“Depois do Diálogo, o Rubens ficou mais gentil e atencioso comigo. Ele era acostumado a me elogiar para os alunos, me deixando encabulada. Ele ficava me esperando na porta da sala de aula ou deixava bilhetinhos no quadro para mim. (Helena também é professora na Universidade). Ele falava com carinho de mim e dos 3 filhos. Quando o Rubens ia dar curso em outras cidades para professores, ele falava muito de mim. Era o jeito dele, era algo espontâneo, não era nada forçado”. (Entrevista concedida em agosto de 1999, Ponta Grossa)
Helena fala também sobre os benefícios que o Encontro trouxe para a sua família:
“Para nós, foi uma descoberta de uma vida mesmo de casal. Para mim a partir do Encontro é que casamos realmente, antes nós éramos um casal solteiro. A partir do Encontro, houve uma conscientização, houve uma intensidade de vida muito maior. Era um compartilhar constante, não só no 10/10, mas nas nossas conversas. E também com nossos filhos, porque nossos filhos fazem parte de nossa equipe, da nossa família. Eles ajudaram muito quando nós fomos Coordenadores de Ponta Grossa e do Pré-Encontro, ajudaram a fazer crachás, a levar os materiais para o Encontro… Então houve uma grande participação deles no Encontro. O Diálogo trouxe uma abertura muito grande com nossos filhos. Eles tiveram uma liberdade maior para conversar conosco sobre tudo, até discutir com a gente. Houve um incremento na vida familiar”. (id,ibid)
Helena passou por uma das maiores provações da vida de uma pessoa ao perder seu marido, depois de 26 anos de casados, 18 dos quais passados dentro do Encontro. Ela fala da importância do Diálogo como auxílio para a elaboração da dor no vazio deixado pelo Rubens:
“Quando perdi o Rubens, foi como se o chão tivesse sumido e eu ficasse pendurada no ar. Foi ficando tudo tão difícil. Não entendia, na ocasião, por que não tinha ido também, tinha ficado tão machucada no acidente. Eu ficava preocupada com ele, como ele estaria, sabendo que tinha morrido. Ele dizia que queria morrer de repente. Ele até achava que poderia morrer durante uma viagem num acidente junto comigo. Minha filha dizia, você é egoísta pai, quer morrer e levar a mãe junto com você. Uma das coisas que me serviu de consolo, é que nós compartilhávamos sobre a morte. Então eu sabia o que ele pensava a respeito. E também a intensidade de vida que a gente tinha vivido no nosso casamento e que não tinha deixado de dizer palavras carinhosas um para o outro, nós tivemos a oportunidade de dizer tudo. E também, de saber que ele morreu, como ele queria, não ficou na cama que era o maior pavor da vida dele. Trabalhamos muito no Diálogo sobre a morte; nem todo mundo compreende, mas é importante para a gente ter como conversar sobre a morte”. (id, ibid)
O casal participou do encontro após muita insistência de um casal amigo e vizinho, que era luterano. Muito saudosa, ela fala o que isso representou para eles, e ainda, sobre a experiência da primeira atuação:
“Foi uma experiência diferente de tudo que imaginávamos. Pensávamos que seria uma doutrinação, um tipo de cursílho, uma evangelização. Mas chegando lá vimos que era um curso de vivência, para nós dois mesmo. Nós nos descobrimos como casal. Pudemos recomeçar uma caminhada juntos, com mais ânimo. Depois disso, o que mais tocou foi o Mais Profundo, mexeu muito mais conosco. Fizemos o 6º Encontro em 04/02/77. A partir de 21/04/78 começamos a atuar como dirigentes. Estávamos inseguros, e era também a estréia do Pe. José Bugatti, como dirigente. Na semana do Encontro em que íamos estrear, estava na cidade o Pe. Genaro do Paraguai. E o Rubens mostrou a ele as nossas palestras, ele gostou e elogiou. Mas o Pe. Jack ficou com ciúmes por não ter lido primeiro. À noite ele foi lá em casa e disse que os comentários do Pe. Genaro não tinham sido bons. Ficamos arrasados e fomos falar com o casal Nelson e There Stremel, dizer que não íamos mais dar as palestras pois elas não estavam boas. Mas diante dos incentivos dos amigos acabamos convencidos. Eu fui morrendo de medo, cheguei a passar mal de tão nervosa. Pois, havia mais uma agravante; estava fazendo o Encontro pela segunda vez, o Pe. Sílvio, que tinha feito em Londrina e não tinha gostado. E fazia comentários muito desagradáveis do Encontro, e resolveu ir justamente naquele dia. Mas o encontro foi muito bom e tranqüilo e o Padre Sílvio gostou do FDS, e resolveu fazer o Mais Profundo. E trabalhou uma porção de tempo no Encontro Matrimonial e nós trabalhamos algumas vezes com el.e” (id, ibid)
O Pe. Jack foi o pai do Encontro Matrimonial no Brasil e, como tal, zelava pelo bom andamento do Encontro. Helena fala sobre a personalidade do padre:
“Ele era muito dinâmico em tudo, mas era centralizador, pois tudo tinha que estar nas mãos dele. Por isso, eu digo que as palestras tinham que passar pelas mãos dele, se ele não as visse, achava que as palestras não estavam boas. Tudo devia depender dele, do que ele achava que devia ser feito. Ele foi um batalhador para fazer o Encontro caminhar em Ponta Grossa. Ele tentou em outras cidades com equipes que vinham dos Estados Unidos, mas somente Ponta Grossa e Belo Horizonte que frutificaram. A partir destas foi levado para outras cidades.” (id, ibid)
Helena relata alguns dos motivos que podem ter ocasionado a parada do Encontro em Ponta Grossa:
“Um dos motivos pode ser as rivalidades que aconteceram com alguns casais, e isso foi desgostando toda a equipe. Também teve problemas com a casa (CTL), que paralelamente contribuiu. A casa andou fechando, ficamos um bom tempo sem ter onde fazer o FDS. Daí, coincidindo com a crise interna do Encontro não teve como retornar. Até o cursílho numa época, foi para o Seminário Verbo Divino”. (id, ibid)
Relembra, também, que quando foram Coordenadores pela primeira vez, aqui em Ponta Grossa, houve uma crise no Encontro Matrimonial:
“Aquele período tinha dois grupos, e havia uma rivalidade entre eles. Um sacerdote de um lado e um sacerdote do outro. Houve algumas dificuldades econômicas do casal Coordenador que acabou repercutindo uma coisa desagradável dentro da equipe. Como eles já estavam no final de seu mandato foi feita uma nova eleição. Os sacerdotes acharam melhor mandar uma lista tríplice de casais para que o Bispo indicasse o novo casal Coordenador do Encontro. O escolhido foi justamente o casal que um determinado grupo não queria. O casal sentiu-se pressionado e acabou entregando o cargo. Ninguém sabia o que ia fazer, quem iria assumir. Eu que estava no último mês de gravidez fiquei muito apreensiva, pois, os casais equipes achavam que os mais indicados eram eu e o Rubens, que acabamos sendo escolhidos. Essa reunião foi realizada no dia 4 de setembro, e terminou por volta de meia noite, e quando foi quatro horas da manhã a Ana Lúcia já tinha nascido. Foi um período de muita luta , tivemos dificuldades para que o Pe. Sílvio confiasse em nós, sempre o procurávamos quando precisávamos, fazíamos reuniões, convidávamos para ir a nossa casa. Foi um ano de trabalho, mas nós conseguimos. Ele até disse que admirava a nossa insistência e a amizade que tinha nascido entre nós.”(id, ibid)
O casal Edson e Bernadete Chiarello é membro dedicado do Encontro e tem dado todo apoio para o bom andamento dos FDS. Eternamente agradecidos pelos benefícios do Encontro no casamento, Edson e Bernadete sentem-se muito felizes em compartilhar o que representa o Encontro Matrimonial na família deles:
“Fomos convidados várias vezes para fazer o FDS, mas por acharmos que tínhamos um bom casamento, nossa resposta era sempre não. Mas por insistência de nossos padrinhos e graça a vontade de Deus, nos dias 17,18 e 19 de março de 1977, fizemos o FDS. Foi então, que sentimos desabrochar o nosso amor que estava adormecido pela rotina de nossos 12 anos de casados. O Encontro nos conscientizou o quanto Deus espera do nosso casamento e o quanto podemos crescer em nosso relacionamento. Realmente vimos o quanto estávamos distantes um do outro e o quanto podíamos melhorar, nos dando a oportunidade de nos conhecer profundamente. Sentindo o quanto o Encontro era importante para nós, procuramos permanecer nesta família. E em outubro de 1977 fizemos o nosso Profundo, engajando cada vez mais no Movimento. Trabalhamos em vários FDS em Ponta Grossa e em outras cidades. Em 1978, fomos fazer o E.C.C.(Encontro de Casais com Cristo) em Jundiaí, e lá conhecemos alguns casais e os convidamos a fazer o Encontro Matrimonial em Ponta Grossa. Vieram cinco casais; entusiasmados nos pediram para que fosse realizado o Encontro em Jundiaí. Foi realizado o encontro nos dias 27 a 29 de 1979, na qual nós fizemos parte da equipe dirigente. Por algum tempo, para tristeza nossa, ficamos afastado do Diálogo, por pura acomodação. Foi difícil lutar contra o nosso comodismo, mas por fim, decidimos voltar para o Encontro. Foi quando soubemos que o Encontro estava adormecido em Ponta Grossa. Como confiamos em Deus, sabíamos que Ele nos daria esse presente… O Encontro renasceu e fomos convidados para nos reintegrar nesta maravilhosa família. Faz 22 anos que fizemos o nosso FDS e desde então, não aceitamos mais viver um relacionamento medíocre. Sabemos que o casamento é um projeto de Deus e que deve ser a cada dia melhorado. E o nosso é, graças a Deus e ao Encontro Matrimonial”. (Entrevista concedida em julho de 1999, Ponta Grossa)
O casal Carlos e Rosana Gorla fez o 101º Encontro em Ponta Grossa. De início tinha como interesse somente conseguir novas amizades, pois haviam mudado recentemente para esta cidade. Dessa forma eles contam a experiência do seu FDS:
“Não tínhamos grandes problemas de relacionamento e já tínhamos feito alguns encontros antes, mas esse foi o encontro que realmente cativou e fez com que, através da técnica do diálogo ensinada dentro desse movimento, nós podemos solucionar ou pelo menos aprender a conviver com outra pessoa que tem pensamentos e sentimentos diferentes, e com isso passamos a nos respeitar mais e a sentir mais forte que, como casal temos a força e um poder de convencimento muito grande e que nossa missão a partir daquele instante seria transformar um pouco mais o mundo em que vivemos”. (Entrevista concedida em agosto de 1999, Ponta Grossa)
Desde a participação do primeiro FDS, Carlos e Rosana têm expressado todo o seu amor pelo Encontro. Trabalharam desde a arrumação da casa, da cozinha, nas palestras, na confecção de crachás, venda de ingressos, na Coordenação do Pré-Encontro e do Pós-Encontro…, sempre com a mesma dedicação e carinho.
“(…), nós nos doamos de corpo e alma para o movimento que tem muito nos ajudado a nos amar mais e a nos entender melhor, enfim fortificou ainda mais a nossa união”. (id, ibid)
O casal fala também dos seus momentos de tristeza e de desilusão com o Encontro, ou seja, com a família do Encontro:
“Mas o tempo foi passando e nós fomos assumindo encargos dentro do Encontro. Até então essa família nos parecia muito linda e bela e quase sem dificuldades a transpor. Vivíamos um júbilo entre nós e também vivíamos esse júbilo dentro da família maior do Encontro Matrimonial. Porém, como toda a família, sempre existe um parente que é a ‘ ovelha negra’, ou aquele cunhado indesejado, ou ainda aquele irmão que ‘só apronta’; assim também em nossa família maior do Encontro Matrimonial, passamos a ver algumas atitudes incorretas, alguns casais que davam sempre o contra, outros desejosos de apenas ‘aparecer’, outros interessados no ‘poder’. E assim, passamos a sentir algumas decepções e tristeza. Vieram as desilusões, se abateu dentro da família uma concorrência e as críticas inevitavelmente vieram a tona por parte de alguns casais.(…)” (id, ibid)
As dificuldades, como relatam Carlos e Rosana, e também os problemas já citados como o fato da casa do Centro de Treinamento de Líderes ser fechada nesse período, contribuíram para que o Encontro não acontecesse, por um certo período, em Ponta Grossa. Mas, apesar de todas as dificuldades, ocorreu um fato a ser citado que evitou que o movimento fosse paralisado definitivamente: a ação da Irmã Daniela. Foi por intermédio dela que os casais conseguiram forças para lutar por algo que todos amam. Carlos relembra com emoção o término do Encontro e luta dos casais e da Irmã Daniela para reunir novamente a família da Regional de Ponta Grossa:
“Assim, o Encontro Matrimonial parou, os casais foram cuidar cada um de suas vidas. Uns se engajaram em outros movimentos e pastorais, outros simplesmente abandonaram tudo e assim ficamos quase três anos, sem nos reunir e sem levar a boa nova a muitos casais que estavam com sede de receber aquela graça, através do diálogo no compartilhar dos casais. (…) Mas Deus é grande e aquela semente que havíamos cuidado e regado com tanto carinho não havia morrido. Na verdade ela estava na UTI se restabelecendo, é claro que respirava através de aparelhos, mas ainda havia vida. Em uma das visitas minha no hospital Bom Jesus, por motivos de trabalho foi chamado para conversar com a Irmã Daniela, a qual tinha nos acompanhado nas primeiras reuniões dentro do Encontro Matrimonial. Neste dia, ela nos colocava que queria conversar comigo e com a Rosana, pois ela não podia aceitar que um movimento tão belo e que fazia tanto bem para as famílias, pudesse ter simplesmente acabado. Marcamos uma reunião como casal e dialogamos muito naquele dia, eu e a Rosana e a Irmã Daniela. Colocamos todos os nossos sentimentos de frustração e as esperanças que ainda tínhamos. Decidimos que deveríamos convidar os casais do Diálogo, os que eram mais ativos no Encontro, para que pudessem voltar a se reunir e recomeçarmos de novo o nosso sonho de transformar o mundo. Tivemos dificuldades, pois ficamos um bom tempo afastado, mas podíamos perceber que os olhares daqueles casais começaram a brilhar mais forte, emoções, pensamentos e sentimentos foram aflorando. Até que em uma das reuniões o Rubens da Heleninha fez um desafio para os casais: ‘não adianta ficarmos nos reunindo com medo e não tomarmos solução nenhuma, ou enfrentamos de vez o nosso reinicio ou paramos por aqui’. Foi duro escutar isso, mas aquele sentimento estava no nosso coração, também não havia morrido no coração deles. Daí foi tomada a decisão de reiniciar e começamos a nos reunir com esse objetivo. Em todas as reuniões havia uma partilha de bens, onde o objetivo era pagar o 1º FDS do retorno. Alguns casais começaram a rever as palestras desatualizadas; e aos poucos a família foi se reestruturando. Foi chamado um casal do Encontro Matrimonial do Rio de Janeiro, Ramon e Lúcia (os patos selvagens, apelidados carinhosamente pela nossa regional), que veio até Ponta Grossa para nos dar um dia de crescimento, o qual custearam de seu próprio bolso as despesas.” (id, ibid)
Há a necessidade de relatar a alegria da Irmã Daniela ao visitar a Regional (Diocese) de Ponta Grossa e ver que as sementes que ela plantou se fortaleceram e deram frutos. Podemos observar num pequeno trecho de uma carta escrita para Carlos e Rosana:
“É muito comovente estar presente nas reuniões de casais da Família do Diálogo, e não foi menor a emoção neste último, encontrar tantos casais novos, sabendo que não estavam todos os participantes. É gratificante e, cada vez mais se sente o peso da responsabilidade na construção do amoroso Reino de Deus, entre esse povo sedento”. (Carta de autoria da Irmã Daniela, de15/06/1998)
Carlos comentou ainda: “a grande perda do grande líder do Encontro Matrimonial, não só da Regional, como também, de todo o Brasil, Rubens Füstemberg, que fez o Brasil inteiro chorar a sua morte. Como também, o falecimento de dois sacerdotes que nós amávamos muito e que eles também amavam o Encontro Matrimonial, Pe. José Bugatti e Pe. Franco”. Fala, também, sobre o atual trabalho que o casal está atuando no Encontro Matrimonial, que é o Pós encontro:
“Hoje no Pós-Encontro temos: 17 casais que estão preparados para trabalharem como casal apoio, que acompanham os casais que saem do FDS; temos 11 grupos de processo ponte, onde 48 casais estão caminhando; temos uma equipe que cuida dos eventos. E um sonho de levar para Guarapuava o ED, onde temos um grupo de casais que estão fazendo o processo ponte, ainda que precariamente. Em Tibagi, inicia-se um movimento de casais que aos poucos também poderá se tornar realidade. E junto com a Regional de Curitiba, alguns casais daqui estão se movimentando para ajudarem na ampliação para Foz/Matelândia”. (Entrevista concedida em agosto de 1999, Ponta Grossa)
Para finalizar, Carlos fala da alegria de estar participando ativamente do Encontro Matrimonial:
“Eu e a Rosana somos muito gratos ao Encontro Matrimonial, pois foi dentro dele que aprendemos a nos amar mais e a nos respeitar. E aceitar as limitações um do outro e com isso sem percebermos passamos a ser luz para outros casais. Ouvimos um dia um casal falar de nós assim: ‘sabe aquele casalzinho que está sempre junto nas missas’. É assim que nos sentimos bem, somos luzes pelo simples fato de estarmos juntos; não para ‘ aparecer’, mas porque nos amamos e através de nossa união, refletimos nosso amor a outros. É assim que nos vemos. Amém”. (id, ibid)
Com base nas informações concedidas pelos casais participantes do Encontro há vários anos, os entrevistados revelam, segundo a sua ótica, as dificuldades enfrentadas: de início para que o movimento não fracassasse ficando apenas nos primeiros encontros e, mais tarde, para reiniciar as atividades, pois o encontro ficou por quase três anos desativado, devido a problemas internos, que estão sujeitos a acontecer em qualquer meio.
Superadas as dificuldades, os casais não economizaram adjetivos para relatar os benefícios que o Encontro Matrimonial trouxe para a vida dos mesmos, sendo um verdadeiro recomeço da vida conjugal. Como alguns disseram, sentem-se gratos, estando dispostos a ajudar, sempre que for necessário, para o fortalecimento do movimento.
A possibilidade de poder registrar para a história relatos dos primeiros casais que fizeram o Encontro Matrimonial em Ponta Grossa e de casais que nele atuam nos dias de hoje, mostra o quanto é importante e necessário apreender e registrar experiências, deixando-as por escrito para que mais tarde, ou mesmo agora, esses relatos possibilitem que outras pessoas, ou até mesmo estudiosos, possam obter esses documentos e aprofundar os seus estudos. Como também, os futuros casais poderão ter a possibilidade de conhecer um pouco da história dos primeiros casais que fizeram o Encontro e participaram de sua criação e consolidação em nível local, diocesana e nacional.
Considerações Finais
De todos os documentos analisados sobre o Encontro Matrimonial no Brasil, especialmente nos depoimentos, pude perceber que o movimento realmente encontrou neste país um terreno fértil para prosperar, e a cada FDS mais e mais casais passou a fazer parte da “Família do Encontro Matrimonial”, dispostos a dividir com os outros os benefícios que o Encontro lhes proporcionou.
A necessidade de haver um bom relacionamento do casal é de extrema importância não só para o casal como para os filhos e toda a sociedade. E, no Encontro Matrimonial, o casal passa a perceber que seus filhos se sentem mais amados e protegidos quando os pais demonstram o amor que sentem um pelo outro, e não, que os pais têm que dar todo o seu amor para os filhos. Os filhos que não percebem que seus pais se amam, com certeza, terão problemas no futuro.
Numa sociedade onde as relações humanas estão cada vez mais atribuladas, devido a problemas sócio-econômicos e culturais, as dificuldades que surgem são de grandes conflitos internos e externos, como por exemplo: o de um relacionamento conflituoso no trabalho; ou a dificuldade de fazer amigos; ou mesmo as brigas que vemos freqüentemente nas ruas; bem como as dificuldades encontradas nos adolescentes drogados ou mesmo com problemas psicológicos; ou até mesmo adultos que não conseguem constituir uma família. Problemas estes que são gerados pela falta de uma boa estruturação familiar. Podemos, então, constatar que o Encontro Matrimonial tem contribuído, e muito, para uma sociedade melhor. Os testemunhos de casais que participam ativamente do Encontro destacam a visão que eles possuem em relação à forma de educar os filhos e de como têm conseguido manter um bom relacionamento pais e filhos.
A preocupação em preservar a história do Encontro Matrimonial no Brasil é muito significativa, porque o mesmo faz parte da história cultural do nosso país. Expressa a forma de pensar e agir de uma parte da nossa sociedade, de pessoas que estão buscando uma vida melhor, que “sonham” com um mundo melhor, sendo que o lema dos casais do movimento é de “transformar o mundo”, mais ainda o “sonho impossível” que na realidade é possível se for levado em conta que “amar é uma decisão”. Constatamos, então, a importância de deixar documentada essa história que faz parte da preservação cultural, pois, não devemos nos preocupar em preservar somente o “herói” que realizou grandes feitos ou transformações em nosso país, mas ao contrário, devemos deixar registrar toda experiência de vida, tudo o que podemos deixar de importante para a nossa história. E o testemunho de luta em busca de uma vida melhor é de extrema importância para se poder construir um futuro melhor.
Deve-se considerar, finalmente, que a pesquisa realizada baseou-se em documentos oficiais, depoimentos dos que investiram no projeto, dele participando ativamente. É, portanto, uma das formas de entender os fatos ocorridos e narrados que futuras análises, baseadas nos que ficaram à margem do processo por diferentes razões, poderão enriquecer valorizando, ainda mais, a memória do Encontro Matrimonial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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POWELL, Jonh. O Segredo do Amor Eterno. Belo Horizonte: Crescer, 1987.
POWELL, John. Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? Belo Horizonte: Crescer, 1996.
Encontro Matrimonial
SUMÁRIO
INTODUÇÃO…………………………………………………………………………………………………………….1
CAPÍTULO I
A IMPLANTAÇÃO DO ENCONTRO MATRIMONIAL NO BRASIL E A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO LOCAL ………………………………………………………………………………………..3
CAPÍTULO II
ESTRUTURA DO ENCONTRO MATRIMONIAL …………………………………………………………35
CAPÍTULO III
A TRAJETÓRIA DO ENCONTRO MATRIMONIAL EM PONTA GROSSA: A ANÁLISE DOCUMENTAL ………………………………………………………………………………………………………50
CAPÍTULO IV
A TRAJETÓRIA DO ENCONTRO MATRIMONIAL NO BRASIL: AS LEMBRANÇAS DE CASAIS PARTICIPANTES ……………………………………………………………………………………….66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………………………………..68